Lula na PF
Despacho de juiz cita doações milionárias de empreiteiras e suspeitas que pesam contra petista
O despacho do juiz Sérgio Moro que determinou a condução coercitiva do ex-presidente Lula dá detalhes das bandalheiras que envergonham o país. O magistrado cita um “grande esquema criminoso de cartel, fraude, corrupção e lavagem de dinheiro” na Petrobras.
Grandes empreiteiras como OAS, UTC e Odebrecht formaram um cartel para ganhar as maiores licitações da estatal. A manutenção do sistema se dava pelo pagamento sistemático de propina a dirigentes da Petrobras, explica o juiz. O esquema criminoso transcendeu a esfera da petrolífera e passou a financiar partidos políticos.
LEIA A ÍNTREGRA DO DESPACHO DE MORO
Moro explica que recentemente surgiram indícios do possível envolvimento de Lula no esquema, parte deles delatada por criminosos envolvidos no Petrolão. Confira os destaques do despacho:
– Um dos operadores do pagamento de propinas, Fernando Antônio Falcão Soares, declarou que teria havido interferência do ex-presidente na contratação do Grupo Schahin para operação do navio-sonda Vitoria 10000 visando à quitação de empréstimo fraudulento.
– Um dos dirigentes do Grupo Schahin, Salim Taufic Schahin, confirmou a prática dos crimes e declarou que, na época lhe foi relatado que o contrato entre a Petrobras e a Schahin teria obtido a aprovação de Lula. “Bumlai chegou a dizer a Fernando que o negócio estava ‘abençoado’ pelo Presidente Lula”, diz trecho do documento.
– O MPF levantou suspeitas sobre os pagamentos efetuados por empreiteiras para o Instituto Luiz Inácio Lula da Silva e para a LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda., ambas controladas pelo ex-presidente. Moro autorizou a quebra do sigilo fiscal do instituto e descobriu que ele recebeu quase R$ 35 milhões em doações entre 2011 e 2014 das empreiteiras.
– A representação do Ministério Público também levanta suspeitas de que Lula tenha recebido benefícios materiais das empreiteiras, como as reformas em imóveis de sua propriedade. Tudo indica que Lula seja o dono do sítio em Atibaia (SP) e do tríplex de luxo no Guarujá (SP). “Apesar da OAS figurar na matrícula como proprietária do apartamento, foram identificados diversos elementos probatórios no sentido de que ele já havia sido destinado ao ex-presidente”, explica o juiz. O vínculo do petista com o apartamento foi comprovado por várias testemunhas: o zelador do prédio, a porteira, o síndico, dois engenheiros da OAS, dirigentes e empregado de empresa contratada para a reforma do apartamento.
(Da redação / Foto: Fernanda Cruz/Agência Brasil)
Estou com o Juiz Sergio Moro.Um patriota.