Resultado pífio
Reforma administrativa proposta na MP 696 é mera maquiagem, alertam deputados
Deputados do PSDB consideram uma farsa a “reforma administrativa” prevista na Medida Provisória 696/15, aprovada nesta quarta-feira (17) no plenário da Câmara. Para os tucanos, a matéria é superficial e não cumpre a promessa da presidente Dilma de cortar cargos e diminuir a estrutura pública. O texto reduz de 39 para 31 o número de ministérios e reorganiza órgãos da Presidência.
Em outubro do ano passado, Dilma anunciou o corte de 3 mil cargos comissionados, mas a promessa nunca saiu do papel. Para o deputado Daniel Coelho (PE), Dilma está querendo fazer o povo brasileiro de bobo. “Não podemos aceitar que a presidente continue a mentir. Ela se comprometeu com o país a fazer esse corte e agora manda uma reforma de mentira para o Congresso”, lamentou.
O líder da Minoria na Câmara, Miguel Haddad (SP), classificou a MP de “peça publicitária”. Para ele, a reforma apresentada pelo Executivo é uma “lorota”. “Faz cortes com uma tesoura cega. Ela consegue reduzir os ministérios sem reduzir de fato o custo. Ela faz uma pequena reforma que não soluciona nada e não apresenta uma alternativa que possa de fato contribuir para a melhora do país”, criticou.
Entre as mudanças, estão a fusão dos ministérios do Trabalho e da Previdência Social e a extinção do Ministério da Pesca, que se transformou em uma secretaria ligada ao Ministério da Agricultura. “É preciso esclarecer a farsa que se pretende com essa MP. Primeiro, a presidente vem dizer que enxugaria milhares de cargos. Faz uma maquiagem, mas não reduz cargos comissionados e despesas”, alertou Domingos Sávio (MG).
O deputado Marcus Pestana (MG) lembrou que não existe mágica para sair da crise. “A situação é gravíssima e o governo só pensa em aumentar carga tributária. É preciso um novo governo para fazer a verdadeira reforma do Estado e mudar o regime fiscal. Não é o governo Dilma que vai conseguir isso”, completou.
A gestão petista tentou passar para a população a ideia de que estaria buscando um equilíbrio, mas mentiu, destacou Betinho Gomes (PE). “E agora vem com uma MP pífia que faz um arremedo praticamente sem impacto fiscal. Queremos que o governo vá além e mostre comprometimento com um ajuste”, frisou. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, adiou a votação dos destaques e emendas ao texto da MP 696 para esta quinta-feira (18).
(Reportagem: Elisa Tecles com informações da Agência Câmara/ Foto: Alexssandro Loyola)
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