Perdendo a guerra


Declaração do ministro nada mais é que a real situação do país na saúde pública, avalia Gomes de Matos

Mais uma declaração polêmica do ministro da Saúde Marcelo Castro dividiu opiniões entre os brasileiros. Após dizer que torcia para que mulheres pegassem o zika vírus antes de entrarem no 7178631382_048a1c589a_zperíodo fértil, o ministro afirmou na última sexta-feira (22/01) que o Brasil está “perdendo a guerra contra o Aedes Aegypti”. Para o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), a afirmação do ministro reflete a real situação da saúde pública no país.

“A declaração nada mais é que a real situação do país na saúde pública. No momento em que eles afirmam que estamos perdendo a guerra, temos que concordar que há anos vem se demonstrando o descaso do governo petista, tanto do ex-presidente Lula quanto da presidente Dilma, com a saúde no Brasil”, afirmou o parlamentar, que é médico.

O tucano destacou que falta ao governo federal compromisso para combater o mosquito que é transmissor de diversas doenças, como a dengue, as febres amarela e chikungunya e o zika vírus.

“O que temos no Brasil hoje é um desmando. Falta de compromisso com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que mais parece um plano de aceleração da corrupção. Voltaram a surgir o sarampo, a rubéola e outras doenças que já tinham sido extintas no Brasil. Só no Ceará, foram 73 pessoas mortas de dengue. E com esses outros vetores, outros vírus, a situação piorou”, disse.

Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, os casos suspeitos de microcefalia relacionada ao zika vírus subiram de 3.530 para 3.893. Até 5 de dezembro do ano passado, foram registrados 1,59 milhão de casos de dengue em todo o país.

O parlamentar criticou a falta de saneamento e de recursos para manter programas de conscientização e combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Mesmo com a falta de agentes comunitários de saúde e de dinheiro para comprar itens básicos como larvicidas, o governo federal cortou investimentos no setor como parte do ajuste fiscal promovido para tentar conter um rombo bilionário nas contas públicas.

Gomes de Matos ressaltou também que, no semestre passado, foi autor de uma emenda constitucional que garantia um piso salarial para agentes comunitários de saúde, visando melhorar as condições de trabalho dos profissionais. Ainda assim, o governo federal diminuiu o número de agentes nas ruas, por conta de falta de dinheiro no caixa.

“Para fazer propaganda de Mais Médicos e mandar dinheiro para Cuba, o governo tem dinheiro. Mas para manter o sistema e pagar dignamente os profissionais, não tem. Apesar da diminuição do número de agentes de endemia ter agravado o caso da dengue como um todo, o governo continua a gastar com propagandas em rádio e televisão, e em coisas que não era para gastar”, completou o deputado.

(Do PSDB – Foto: Alexssandro Loyola)

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26 janeiro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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