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Izalci: Cheio de obras inacabadas, PAC é “tremenda propaganda” da gestão petista

8269555033_6cd00065a8_zO Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serviu como mote de campanha eleitoral para o PT e foi uma das vitrines do governo Lula, que chamava Dilma de “mãe do PAC”. Mas essa mãe parece ter abandonado o filho. O deputado Izalci (DF) analisou nesta segunda-feira (25) o PAC como um conjunto de obras que, na prática, se arrastam e permanecem inconclusas.

Levantamento do “Estadão” mostra que das dez maiores obras do PAC 1, só duas foram realmente concluídas. Apesar disso, o governo prepara o anúncio de novas medidas para a terceira fase do programa. Acontece que as obras anunciadas ainda no primeiro PAC, em 2007, que já deveriam ter sido entregues, continuam se arrastando.

O deputado alerta que o governo lança novos projetos sem terminar os anteriores para criar uma expectativa de obras, o que para ele é uma grande enganação. “A demagogia é uma forma de se eleger, uma forma de marketing. De dez grandes obras, apenas duas foram concluídas”, justifica.

Dentre os dez grandes empreendimentos do PAC 1, três usinas de energia e uma refinaria até entraram em operação, mas de forma parcial, pois ainda estão em obras. A refinaria Premium, no Maranhão, foi a maior obra anunciada, com projeção de investimentos de R$ 41 bilhões. No entanto, ela foi simplesmente abandonada, com prejuízo de R$ 2,1 bilhões para a Petrobras.

O programa previa um total de R$ 503,9 bilhões em investimentos em mais de mil projetos. Em 2010, as obras ainda em andamento foram reagrupadas, juntadas a outras e lançadas como PAC 2, com projeção de investimentos de R$ 1 trilhão.

Segundo Izalci, o programa é usado como peça de marketing. “O PAC é uma tremenda propaganda. O que deveriam fazer era concluir aquilo que começaram, até porque com obra parada o prejuízo é muito grande. Antes de começar o PAC 3, deveriam concluir as obras do PAC 1 e 2”, analisa.

Dados obtidos pela organização Contas Abertas mostram que, de 2007 a 2014, 34% de tudo que foi considerado investimento dentro do PAC se referiam a financiamentos habitacionais tomados pelos cidadãos em bancos públicos, a preços de mercado. Se incluídos os financiamentos subsidiados do programa Minha Casa Minha Vida, essa conta chega a 40%.

Para Izalci, a criação do PAC 3 serve apenas para criar uma expectativa na população de que o governo fará novas obras, mas na prática vai sempre pelo mesmo caminho. “É demagogia. A tendência é iniciar e paralisar. Eles deveriam fazer exatamente o contrário, deviam concluir o que começaram para depois começar obras novas”, avalia.

 (Reportagem: Djan Moreno e Elayne Ferraz/ Foto: Alexssandro Loyola)

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25 janeiro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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