Governo erra outra vez

Para tucanos, Banco Central perde autonomia ao ceder às vontades da gestão Dilma

Deputados do PSDB afirmaram nesta quinta-feira (21) que o Banco Central perdeu a autonomia ao seguir os desejos do PT e do Palácio do Planalto e manter a taxa básica de juros no mesmo patamar. O líder da Oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), afirmou ao jornal “O Estado de S. Paulo” que a instituição deu uma demonstração de que perdeu o que restava de sua “aparente autonomia” ao permitir a intervenção do governo.

Para o tucano, a decisão mostra que o intervencionismo da presidente Dilma Rousseff “chegou oficialmente” ao BC. “É uma demonstração de que o BC perdeu o que restava de sua aparente autonomia e aprofunda a economia brasileira numa crise de falta de credibilidade”, afirmou Araújo. 

A decisão do BC se tornou aguardada por causa de carta divulgada pelo presidente da instituição, Alexandre Tombini. O documento dizia que as novas previsões do FMI (Fundo Monetário Internacional) de recessão de 3,5% em 2016 e crescimento zero em 2017 eram “significativas” e que todas as informações disponíveis até a data seriam levadas em conta pelo Copom. Analistas avaliaram que o BC cedeu a pressões e buscava com a carta uma forma de justificar a manutenção da taxa.

O deputado Marcus Pestana (MG) avalia que o Banco Central saiu fragilizado. “O Governo do PT liderado por Dilma é tão atrapalhado que até quando acerta faz do jeito errado”, declarou.

Para Pedro Vilela (AL), o mercado financeiro já aponta que a inflação para 2016 tende a aumentar ainda mais. “Infelizmente, o governo da presidente Dilma não aponta caminhos para melhora. Ninguém tem confiança na gestão da presidente e ficamos à mercê de suas ações irresponsáveis”, aponta.

Já o deputado Nelson Marchezan Junior (RS) lembrou, em seu Twitter, que graças ao PT o Brasil lidera o ranking de maiores juros reais do mundo: 6,78% nos últimos 12 meses, descontada a inflação. É a taxa mais alta entre os 40 países do ranking formulado pela Infinity Asset Manegement e o site MoneYou. A Rússia, que ocupa a segunda posição, está em 2,78%. A posição do Brasil foi determinada não apenas pelos juros altos, mas também pela divulgação da inflação em 2015, que segundo o IBGE ficou em 10,67%, maior taxa desde 2002.