Tráfico de influência
Nilson Leitão defende convocação de Jaques Wagner na CPI dos Fundos de Pensão
O 1º vice-líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), defendeu que o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, seja convocado a prestar depoimento na CPI dos Fundos de Pensão. Mensagens obtidas no celular do presidente da OAS, Léo Pinheiro, divulgadas pelo “Estadão”, sugerem que o petista intercedeu em favor da empreiteira em negócios com o fundo.
Em auditorias, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades, em especial superfaturamento, no contrato de obras. O empreiteiro teria pedido que Wagner atuasse no Ministério dos Transportes para liberar um valor adicional de R$ 41,76 milhões para uma obra em Salvador quando era governador da Bahia.
O projeto envolveu a construção de 14 viadutos e uma via expressa de 4 km de extensão até o porto de Salvador. O tribunal identificou um volume de pedidos materiais muito acima daqueles previstos no projeto básico do empreendimento.
Diante de tudo isso, parlamentares que integram a CPI dos Fundos de Pensão querem a convocação do ministro.
Para Leitão, o tráfico de influência é só mais um crime que pode ter ocorrido, e que faz parte do modus operandi do PT. “Essa é uma estrutura de primeiro escalão, uma quadrilha da qual Jaques Wagner faz parte, ele é o substituto do próprio José Dirceu dentro do esquema”, afirmou.
O tucano acredita que a Casa Civil é o centro de um esquema que comanda todo esse processo de propina em contratos.
Segundo Leitão, é obvio que empresas se sujeitaram a pagar propina e estão envolvidas com o esquema do mensalão, do petrolão, e da Lava Jato. Wagner é considerado o grande articulador político do governo e alternativa para as próximas eleições caso o ex-presidente Lula não concorra. Nilson Leitão acredita que a possível participação do ministro em esquemas como esse lhe deram as credenciais para ocupar o atual cargo.
“O ministro Jaques Wagner faz parte de uma cúpula de poder do PT, e essa cúpula tem um modelo de corrupção dentro do sistema que eles implantaram no país. Eu não tenho dúvidas que, se ele foi capaz de fazer o que fez como governador, imagine o que não deve estar fazendo como ministro”, ressaltou ao defender que o ministro seja ouvido pela CPI.
(Reportagem: Djan Moreno e Elayne Ferraz/ Foto: Alexssandro Loyola)
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