Pessimismo


Daniel Coelho: “Não consigo ver o Brasil sair da crise sob o comando de Dilma e do PT”

Em entrevista à rádio CBN Recife, nesta terça-feira (5), o deputado Daniel Coelho (PE) falou sobre as expectativas para o Brasil em 2016. Diante da grave crise que o país atravessa, o tucano confessou não olhar com otimismo para o futuro, por não vislumbrar mudanças nas políticas do 16485599232_980be6e5a5_zgoverno da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Infelizmente não tenho esperança de ver a solução do Brasil ser resolvida com Dilma presidindo o país. Não consigo ver que medidas ela poderia tomar para equacionar essa situação. Ela teria que mudar completamente seu formato de governar, o que não acho provável. Então com a condução do PT e de Dilma eu não consigo ver o Brasil sair dessa crise. Até porque eles foram nos enterrando nessa crise ao longo dos anos”, avaliou.

Para Daniel, além de insistir na política dos gastos de forma incontrolável, a presidente Dilma não abre mão de um governo de coalizão na base do ‘toma lá, dá cá’ e de buscar soluções para a economia pelo caminho do aumento de impostos com a recriação da CPMF.

“No momento em que o governo recria a CPMF ele sacrifica o pequeno empresário, o pequeno comerciante, prejudica a classe média e a classe trabalhadora de uma forma geral que perde poder de compra, então termina aumentando a crise. Nossa situação pede uma redução drástica nas despesas e não consigo ver, até o momento, vontade do governo de fazer isso. Nós vamos insistir. No que cabe à oposição vamos continuar pautando o que entendemos ser a solução para os problemas. O povo brasileiro não aguenta mais pagar essa conta que só serve aos políticos e aos partidos”. Abaixo, a íntegra da entrevista:

“A situação do Brasil não é fácil, não é boa, mas não se complicou nos meses de dezembro e janeiro. Desde 2008, ainda na gestão Lula, o governo deixou de ter responsabilidade fiscal e passou a gastar mais do que arrecada, produzindo um rombo nas contas públicas que vem se acumulando e fazendo o país perder credibilidade. No ano passado, quando Dilma negou a crise, a credibilidade do governo foi ao chão. Então esse é um processo que se agravou gradativamente e hoje está muito sério. A gente está vivendo um presidencialismo sem a figura da presidente da República já que as decisões da presidente não vão adiante, ela muda de decisão toda hora, então é um momento delicado.

Não tenho expectativa de que o se o Congresso antecipasse o fim do recesso resolveria a crise econômica. É muito difícil uma solução para a crise se as pessoas não acreditam na presidente, considerando que também há uma falta de credibilidade no próprio Legislativo. Nós temos os presidente das duas casas – Eduardo Cunha da Câmara e Renan Calheiros do Senado – ambos também sem nenhum credibilidade perante à sociedade, respondem a processos, então é um momento realmente delicado para a política brasileira e, por isso, a necessidade de se resolver esses entraves. Agora não acredito que eles serão solucionados facilmente. O ideal seria se a gente tivesse a possibilidade de realizar uma nova eleição e dar a chance a alguém – legitimado pelas urnas – de governar o Brasil a partir do ano que vem.

Infelizmente não tenho esperança de ver a solução do Brasil ser resolvida com Dilma presidindo o país. Não consigo ver que medidas ela poderia tomar para equacionar essa situação. Ela teria que mudar completamente seu formato de governar, o que não acho provável. Ela continua governando nesse formato de coalizão com distribuição de cargos, o governo continua com seu problema essencial, o de um governo inchado, com 39 ministérios, pastas importantes como a da Saúde distribuída ao PMDB em troca de votos, quer dizer, é um processo onde o governo não busca servir bem a população mas apenas se manter no poder, então com a condução do PT e de Dilma eu não consigo ver o Brasil sair dessa crise. Até porque eles foram nos enterrando nessa crise ao longo dos anos. É bom que se entenda que essa crise de 2015 não foi produzida agora porque o Brasil demorou a recuperar sua credibilidade. Nos dois anos de Itamar começou a fazer isso, conquistou a credibilidade nos 8 anos de Fernando Henrique, no primeiro governo Lula, onde ele manteve a política fiscal e a responsabilidade com a política econômica, isso continuou no segundo mandato Lula quando ele abandona a política responsável implementada no país e enterra o Brasil no buraco.

A gente passou por sete anos o que a década passada construiu no país. Não será em seis meses que a gente vai recompor a situação do Brasil. Demora para se recuperar a credibilidade internacional. Essas decisão são de longo prazo. Os investidores internacionais precisam a voltar a acreditar no país, a acreditar que as instituições estão funcionando, a ter confiança nas políticas monetária e econômica, então essa questão da recuperação da imagem brasileira é de médio e longo prazos. O governo precisa, de imediato, mudar seu formato de governar, acabar com esse ‘toma lá, dá cá’ escancarado, trazer o governo para o tamanho que as contas permitem…Só no ano passado, em meio a crise, o governo gastou 120 bilhões a mais do que arrecado, nos empurrando mais ainda para esse buraco. Esse ano, com a substituição de Levy por Barbosa (no ministério da Fazenda), o governo já anuncia que vai produzir déficit de novo em 2016! Por isso o desejo da maioria da população brasileira, segundo atestam as pesquisas, de que esse governo se encerre e a gente possa ter uma nova etapa na política brasileira.

Se o governo ouvisse o que diz a oposição, os analistas, a imprensa, os grandes economistas brasileiros, teriam mudado. Ainda há tempo de mudar. Mas eles continuam insistindo nessa política de gastar de forma descontrolada, de não cortar gorduras, e buscando a solução pelo aumento de impostos…Não é assim que eles vão tirar o Brasil da crise. No momento em que o governo recria a CPMF ele sacrifica o pequeno empresário, o pequeno comerciante, prejudica a classe média e classe trabalhadora de uma forma geral que perde poder de compra, então termina aumentando a crise. Nossa situação pede uma redução drástica nas despesas e não consigo, até o momento, vontade do governo de fazer isso. Nós vamos insistir. No que cabe à oposição vamos continuar pautando o que entendemos ser a solução para os problemas. O povo brasileiro não aguenta mais pagar essa conta que só serve a políticos e aos partidos.

Acredito que na Câmara dos Deputados a gente tenha uma solução a respeito do presidente Eduardo Cunha. Acredito que em algumas semanas de funcionamento do parlamento ele será afastado, essa é uma questão de tempo. Mas todos vão perceber que isso recupera um pouco a imagem da Câmara mas não resolve os problemas do país. O problema do Brasil não está aí. Continua 39 acusados da Lava Jato precisando ser julgados e a presidente Dilma continua produzindo decisões que têm empurrado o Brasil para o buraco. Então não se resolve. Eu gostaria de ter notícias animadoras para a população nesse início de ano, mas não consigo ser otimista com o cenário que enfrentaremos nos próximos meses. Mas não podemos perder a esperança de que a presidente Dilma compreenda que o Brasil de hoje não é o de 10 anos atrás e que a população não aceita mais esse tamanho de governo.”

(Da assessoria do PSDB PE/ Foto: Alexssandro Loyola)

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5 janeiro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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