Combate ao mosquito
Vitor Lippi defende mais recursos e agentes para estancar surto de microcefalia
O deputado Vitor Lippi (SP) chamou a atenção, nesta quarta-feira (30), para o aumento dos casos de microcefalia em todo o Brasil. A suspeita é que o zika vírus seja o causador do problema. O tucano acredita que, para reduzir o alcance das doenças causadas pelo mosquito aedes aegypti, é preciso ampliar os recursos destinados à Saúde e intensificar o combate aos focos, inclusive com a ampliação do número de agentes de combate a endemias.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de casos suspeitos de microcefalia transmitida pelo zika vírus subiu 7% em uma semana. São 2.975 diagnósticos notificados em 656 municípios, um aumento de 193 casos. Pernambuco ainda lidera o ranking com 1.153 casos e três mortes. Em todo país, estão sendo investigadas 40 mortes suspeitas de relação com microcefalia decorrente do vírus.
“A situação é gravíssima”, alerta Lippi. Médico, o deputado explica que as sequelas deixadas pela microcefalia são graves e algumas acompanharão a criança durante toda a vida. “É algo de um valor social inestimável, preocupante para o futuro do país”.
Para o deputado, no momento a única alternativa é o combate ao mosquito. “Esse combate deve ser feito nos municípios, que hoje enfrentam grave crise econômica, com dificuldades até para honrar com o pagamento dos servidores, sem capacidade para investir. Os municípios precisam fazer frente ao problema, mas estão recebendo pouquíssima ajuda do governo federal”, aponta o deputado.
Diante do surto das doenças transmitidas pelo aedes aegypti, o governo federal lançou um plano nacional de enfrentamento ao mosquito, com mutirões para erradicar os criatórios do inseto. Mas, segundo Lippi, ainda há muito a se fazer. O tucano destaca que o governo federal tem grande responsabilidade com o problema, pois reduziu os recursos da saúde, diminuiu a quantidade de agentes de saúde e de combate a endemias e nuca priorizou a área.
“Nesse ano houve redução de R$ 12 bilhões dos recursos da saúde. Já não temos recursos suficientes e em vez de ampliá-los, o governo tem reduzido. Isso terá consequências imprevisíveis. Esse é o pior momento do SUS por conta dessa má gestão”.
Nas últimas semanas, mais de 40 mil equipes de agentes comunitários foram enviados a todos os estados do Brasil, com ênfase nas áreas endêmicas de reprodução do mosquito. Vitor Lippi considera importante a ampliação do número de agentes e afirma que tal medida deveria ter sido tomada há muito tempo.
O deputado acredita que a aprovação da PEC 01/2015, de autoria do deputado Vanderlei Macris (SP), seria fundamental para melhorar o setor. A proposta destina, de forma escalonada, 15% no primeiro ano até 18,7% da Receita Corrente Líquida no quinto ano, montante final correspondente aos 10% das Receitas Correntes Brutas pleiteadas pelo Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública.
“Precisava de uma postura nova de governo para priorizar os recursos da área e fazer o enfrentamento dos problemas, que vão além dessa questão do aedes aegypti. Esperamos mais responsabilidade para com a saúde da população”, ressalta.
Além do vírus zika, o mosquito transmite a dengue, a febre chikungunya e a febre amarela urbana. A última estava praticamente erradica há mais de 70 anos. Mas foi confirmada a primeira morte pela doença neste ano em Natal (RN).
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)
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