Hora de avançar, por João Paulo Papa
É chegada a hora de Santos dar um salto de qualidade por meio da indispensável obra da entrada da Cidade que há tanto tempo é reivindicada, e com justíssima razão, pela população.
Iniciativa estratégica para o País e a economia nacional, se apresenta como a solução definitiva e completa para os acessos ao Porto e Município. Agora, pode ser viabilizada mediante os recursos advindos das outorgas de três lotes do Porto, recentemente arrendados.
O Governo Federal arrecadou R$ 430 milhões e se destinar metade desse montante para a referida obra estará cumprindo o compromisso que firmou com a Prefeitura e o Estado – que, aliás, já estão prontos para participar, como parceiros, nessa operação tripartite.
A Administração santista obteve o financiamento necessário para garantir a sua terça parte no conjunto de ações; da mesma forma, o governador Geraldo Alckmin assegurou, em agosto, a liberação do outro terço que corresponde ao Governo de São Paulo.
É preciso que a União reconheça a relevância da Baixada Santista e do maior complexo portuário da América Latina. E que não se alegue dificuldades relacionadas à crise econômica, haja vista que há o aporte de novos recursos derivados do leilão das áreas arrendadas.
Tal reconhecimento se justifica plenamente já que são recursos obtidos no Porto de Santos. Nada mais correto do que serem reinvestidos em iniciativas que visam o aperfeiçoamento do complexo portuário mais importante da América Latina.
É, portanto, uma questão de justiça!
Também é válido reforçar alguns números: um terço da balança comercial brasileira passa pelo Porto. Em 2015, a movimentação de cargas deve chegar a 117 milhões de toneladas, um novo recorde. A previsão da Codesp é de que, em 2024, passem pelo cais 229,7 milhões de toneladas, quase o dobro em nove anos.
A atividade gera um grande impacto no cotidiano de toda a Baixada e, de forma mais particular, de quem vive em Santos e Guarujá. Como o cais fica na mancha urbana destes municípios, a mobilidade e a qualidade de vida são afetadas de forma direta. E, esse aumento de movimentação, vai gerar um colapso em todo o sistema viário da região.
Melhorar o acesso ao Porto, eliminar gargalos logísticos e, assim, agilizar o escoamento de cargas, especialmente de grãos em períodos de safra, além de por fim aos imensos congestionamentos que se verificam nas rodovias no entorno é tarefa que se impõe.
Por isso, o conjunto de obras vai direcionar adequadamente os sistemas viários portuário e urbano, eliminando as interferências que hoje se verificam no complexo rodoviário que dá acesso ao cais.
Na Câmara Federal, particularmente na Comissão de Viação e Transportes, temos atuado para alcançar tal objetivo, dando continuidade ao trabalho que iniciamos na Prefeitura e que teve prosseguimento no atual governo municipal.
Essa prioridade, aliás, foi constatada pelos integrantes da própria Comissão e da Subcomissão de Portos e Vias Navegáveis em agosto último, durante visita ao Porto de Santos, em agendamento que viabilizamos como membro desta comissão e, também, em audiência pública realizada em Brasília.
Este é o momento, portanto, de avançarmos e levarmos adiante a nova entrada da Cidade que pode-se dizer, sem medo do exagero, que será a nova entrada do Brasil por tudo que representa para o País em termos econômicos.
(*) João Paulo Papa, 57 anos, é deputado federal pelo PSDB-SP. Engenheiro, foi prefeito de Santos/SP, entre 2005 e 2012. (Foto: Alexssandro Loyola)
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