Posição fechada
Em reunião com lideranças do PSDB, Sampaio destaca coesão em defesa do impeachment
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), destacou na noite de quinta-feira (10) a coesão do partido em defesa do impeachment de Dilma. O tucano participou, na sede do partido em Brasília, de reunião com o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, todos os governadores do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), para avaliar o agravamento da crise política. O 1º vice-líder da bancada, deputado Nilson Leitão (MT), também esteve presente.
Para os tucanos, há um sentimento dominante no partido de que as razões para a aprovação do impeachment são consistentes e que o processo ganha força a cada dia. “Todos estes governadores tem esse sentimento de que não é mais possível garantir-se tranquilidade para o país com o governo de Dilma, que não tem credibilidade, respaldo popular e força no Congresso”, destacou.
Segundo Aécio, a discussão tem que se dar em torno da acusação de que a presidente da República cometeu crime de responsabilidade. “Ela deve ter todo o direito a defesa, mas há um sentimento hoje convergente dentro do PSDB de que as razões objetivas para que o impeachment venha a ser aprovado pela Câmara dos Deputados e depois pelo Senado estão colocadas”, afirmou.
Aécio destacou também que a avaliação das principais lideranças do PSDB é de que a presidente Dilma perdeu as condições de enfrentar a grave crise política e econômica na qual o governo dela mergulhou o Brasil. Além disso, voltou a rebater
O presidente nacional do PSDB voltou a rebater declarações dadas por Dilma e seus aliados de que o processo de impeachment é uma ameaça à democracia. Aécio foi contundente ao afirmar que o impedimento da presidente da República está previsto na Constituição brasileira no caso de cometimento de crime de responsabilidade, e é justamente essa acusação que pesa contra a petista.
“Não podemos aceitar que um processo como esse, previsto na Constituição, que segue o rito adequado previsto no regimento do Congresso Nacional possa ser acusado de um movimento golpista. Não é. O que nós estamos decidindo no Brasil hoje é se a lei vale para todos, inclusive para a presidente da República. É essa a resposta que os brasileiros aguardam”, disse o senador.
DESFECHO
Questionado pelos jornalistas, o líder do PSDB na Câmara considerou difícil haver um desfecho do processo de impeachment antes de fevereiro, pois a Câmara aguarda definição do Supremo Tribunal Federal em relação ao rito a ser adotado. Na última terça, o ministro Edson Fachin suspendeu a instalação da comissão especial que analisará o processo.
MANIFESTAÇÕES DE DOMINGO
Sampaio destacou a grande importância das manifestações das ruas para o processo no Congresso levar, efetivamente, ao afastamento de Dilma do Palácio do Planalto. Para Sampaio, o protesto marcado para o domingo (13) vai externar, mais uma vez, a indignação da população com um governo “corrupto e incompetente”. O parlamentar ponderou que esta manifestação é considerada um “esquenta” para uma grande mobilização ainda a ser agendada.
AÇÃO NA PGR
O líder disse ainda que Dilma tem sido “useira e vezeira” na utilização de espaços públicos para se defender do processo de impeachment. No início desta semana, 30 juristas foram mobilizados para um evento no Palácio do Planalto para atacar a ação contra a presidente. “Essa não foi uma atitude correta e não se espera isso de uma chefe de Estado”, reprovou. Na próxima semana, o PSDB vai acionar a Procuradoria Geral da República para que sejam tomadas as devidas providências e a petista não use mais a estrutura pública para se defender.
Participaram do encontro os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin; do Paraná, Beto Richa; do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; de Mato Grosso, Pedro Taques; do Pará, Simão Jatene; e de Goiás, Marconi Perillo.
(Reportagem: Marcos Côrtes, com assessoria do PSDB/ fotos: George Gianni)
Leia também:
Deixe uma resposta