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Betinho defende agilidade em processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética

Calorosas discussões  culminaram em agressão física entre dois deputados na sessão desta quinta-feira.

Calorosas discussões culminaram em agressão física entre dois deputados na sessão desta quinta-feira.

A decisão sobre o acolhimento do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética foi adiada mais uma vez. O novo relator do caso, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), afirmou na reunião desta quinta-feira (10) que irá apresentar o parecer preliminar sobre a continuação do processo na próxima terça-feira (15). Ele adiantou que defende o prosseguimento das investigações.

Os deputados do PSDB no colegiado mantêm postura favorável à continuidade da ação e voltaram a lamentar episódios constrangedores na comissão, como as manobras protelatórias comandadas por aliados de Cunha e as calorosas discussões que culminaram em agressão física entre dois deputados na sessão desta quinta-feira.

O deputado Betinho Gomes (PE) cobrou objetividade do presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), e lamentou a confusão ocorrida durante a reunião. “Não conseguimos decidir nada sem que antes não haja uma celeuma, uma balbúrdia. Isso mina nossa imagem, causa constrangimento com a opinião pública. Estamos de volta à estaca zero”, disse momentos após a troca de agressões entre os deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Wellington Roberto (PR-PB).

“A nação brasileira está esperando com muita expectativa a decisão do Conselho de Ética sobre a simples admissão de um parecer de abertura de um processo. Não estamos conseguindo cumprir com essa tarefa. Depois de muita confusão, briga e até contato físico entre parlamentares, espero que semana que vem o bom senso prevaleça, o relator apresente seu parecer e a gente possa avançar nisso, como todos os brasileiros esperam”, defendeu Betinho.

O tucano destacou que a morosidade já se manifesta na fase inicial do processo. E reforçou a necessidade da investigação prosseguir. O parlamentar disse ainda que a defesa do impeachment da presidente Dilma não afeta em nada a postura em relação a Cunha. “Queremos investigação em ambos os casos”, disse, ao destacar que não se trata de pré-julgamento ou condenação prévia, mas apenas de uma necessidade de se apurar os fatos.

Após a sessão da quarta-feira, Betinho e Nelson Marchezan Junior (RS) criticaram as manobras usadas para impedir que o processo contra Cunha avance. Na ocasião, o então relator do processo, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), foi destituído da relatoria após uma decisão monocrática do 1º vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), ligado a Cunha. A reunião também foi marcada por muita confusão.

Na segunda-feira (7), Betinho apresentou um Projeto de Resolução que prevê o afastamento de integrantes da Mesa Diretora que respondam a processo por quebra de decoro. O afastamento se dará após a admissão da representação pelo Conselho de Ética da Casa. “Integrantes da Mesa têm poder para, de alguma forma, influenciar nas decisões do Conselho, para usar de manobras regimentais em seu favor. Evidentemente que isso contamina todo o processo, como estamos vendo agora acontecer. A resolução visa impedir que essa situação se repita no futuro”, defendeu o tucano, recebendo o apoio da maioria dos partidos.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Luis Macedo / Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)

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10 dezembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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