Fora, Dilma!


Tucanos afirmam que abertura do processo de impeachment contra Dilma atende a clamor social

Tucanos comemoram no plenário após o anúncio da abertura do processo de afastamento da presidente.

Tucanos comemoram no plenário após o anúncio da abertura do processo de afastamento da presidente.

O PSDB comemorou o anúncio de autorização da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff por entender que há argumentos suficientes para que a petista seja investigada. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou no início da noite que acolheu pedido dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Pachoal e determinou a instalação de comissão especial para analisar o documento.

O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), destacou a existência dos pressupostos legais na peça apresentada pelos juristas e destacou que a abertura do processo representa o resultado da luta empreendida pelas oposições em defesa do país.

“Esta não foi uma luta das oposições contra Dilma, foi uma luta das oposições em defesa do país. Não se trata de golpe. É preceito constitucional. Quem disse que os pressupostos estavam presentes foram Miguel Reale, Hélio Bicudo e Janaína, pessoas com estatura moral e história de vida para afirmarem isso”, garantiu o tucano.

O líder destaca que o crime de responsabilidade está caracterizado e a acusação de “golpe” é vazia. “Iniciamos a luta pelo impeachment em fevereiro e esse é um momento ímpar vivenciado pelo país. É uma resposta que estamos dando ao partido do petrolão e do mensalão, um partido inescrupuloso que empurrou o Brasil para um abismo sem fim”, completou.

No dia 21 de outubro, os líderes apresentaram aditamento ao pedido acatado por Cunha.  O documento assinados pelos conceituados juristas tem o apoio de 45 movimentos de rua. Na ocasião, Sampaio deixou claro que o pedido havia sido elaborado em formato regimentalmente adequado e correspondente às expectativas de decisão do Supremo Tribunal Federal relacionada à Dilma. No dia 4 de novembro, a oposição lançou o “Painel Pró-Impeachment”. No quadro, exposto no salão Verde da Câmara, parlamentares de diversos partidos deixaram suas assinaturas em apoio ao início do processo de afastamento da presidente.

Para o líder da Oposição, deputado Bruno Araújo (PE), as motivações que levaram Cunha a anunciar o acolhimento da representação contra Dilma não são o ponto mais importante. Horas antes do anúncio, o PT havia se posicionou favorável ao processo contra Cunha no Conselho de Ética da Casa. “Se foi uma represália ou não é o que menos importa. No mérito, há argumentos suficientes para que o pedido de impeachment seja acolhido”, apontou.

O parlamentar ressaltou que, além dos argumentos jurídicos que embasam a abertura do processo contra a petista, a decisão de levar adiante a petição atende a um clamor social. “Foram milhões de brasileiros que ocuparam as ruas dizendo ao mundo que foram enganados em um processo eleitoral em que se utilizou a boa fé dos brasileiros. Acompanhamos ao longo de todo o ano uma movimentação da sociedade, que pedia o início desse processo de afastamento”, lembrou. Bruno defendeu celeridade no processo de indicação dos representantes dos partidos na comissão especial que vai analisar o pedido de impedimento de Dilma.

Para o vice-líder da Oposição, deputado Arthur Virgílio Bisneto (AM), o embasamento do pedido é forte e houve até demora para ser acolhido. “Passou, a partir de hoje, a se tornar realidade um anseio da população brasileira. O Brasil está falindo. Socialmente falando, está ruindo pela corrupção deste governo. A população clama por novos ares e por uma mudança. Portanto, nada mais justo que uma reflexão desta Casa em relação aos rumos que o país tem que tomar”, destacou o tucano em plenário, ao defender que a população vá às ruas pressionar pelo impeachment. 

Na avaliação do deputado Caio Narcio (MG), o país ter que passar por um processo de impeachment pode ser algo trágico, mas nas atuais circunstâncias é motivo de comemoração. “Não sei se ele [Cunha ] fez isso como represália, mas recebemos a decisão com alegria porque a opinião do povo está sendo respeitada. É importante sabermos que quem está fazendo mal ao Brasil é a presidente Dilma com um governo mentiroso e corrupto. O Brasil precisa ficar livre desse governo que tem feito tão mal aos brasileiros”, afirmou.

O deputado Miguel Haddad (SP) reforçou que o deferimento do processo contra Dilma era uma medida aguardada por toda a sociedade e afirmou que a petista não tem mais condições de governar o país. “Naturalmente agora haverá toda a tramitação, a comissão vai fazer um relatório para ser depois apreciado pelo plenário da Câmara. Essa é uma medida justa, pois há uma série de indícios que justificam esse acolhimento. A medida vai ao encontro dos anseios dos brasileiros”, destacou. Segundo ele, uma pressão popular poderá, de forma efetiva, dar celeridade ao andamento do processo.

Os deputados Pedro Vilela (AL) e Vanderlei Macris (SP) destacaram que o momento é histórico para a nação brasileira.Vejo como um momento histórico para o Brasil. As oposições, o PSDB e grande parte da sociedade brasileira vêm aguardando ansiosamente por esse momento, em que finalmente o país poderá passar a limpo os anos de governo do PT, e certamente vai constatar que inúmeros crimes foram cometidos. A Câmara passa a ter grande responsabilidade, que é apreciar o processo com isenção, autonomia, e no final chegar ao resultado que toda a população espera”, afirmou Vilela.

Os parlamentares reforçaram que a discussão da legitimidade do presidente da Câmara é um assunto que deverá ser tratado pelo Conselho de Ética. Quanto à abertura do processo de impedimento da presidente da República, os tucanos afirmam que os argumentos técnicos e jurídicos apresentados são suficientes para que a medida já tivesse sido tomada. “O pedido foi feito por juristas da maior respeitabilidade no Brasil. Esperamos que tenha continuidade na comissão e que a sociedade possa convergir com o Congresso e pressionar para que o pedido de impeachment tenha uma tramitação e possa ser votado efetivamente. E que essa votação possa culminar na mudança que o Brasil tanto quer. O governo não tem mais credibilidade, trabalhou em uma campanha eleitoral com mentira, e agora colhe os resultados”, resumiu Macris.  

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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2 dezembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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