Maus investimentos


Na CPI dos Fundos de Pensão, Marcus Pestana pede esclarecimentos sobre operações da Funcef

Na CPI dos Fundos de Pensão, Pestana questionou investimentos e transparência de gestão da Funcef.

Na CPI dos Fundos de Pensão, Pestana questionou investimentos e transparência de gestão da Funcef.

O ex-diretor de investimentos e titular do conselho deliberativo da Funcef (fundo de pensão da Caixa Econômica) Demósthenes Marques afirmou, em depoimento nessa quinta (26) na CPI dos Fundos de Pensão, que o investimento da Funcef na empresa Sete Brasil não demonstrava volatilidade. Marques disse que houve um investimento inicial de R$ 350 milhões. “O ativo tinha uma forma de atuação que era construir equipamentos necessários à atuação da Petrobras, e esses equipamentos tinham a garantia de receita de contratos de aluguel de longo prazo. Naquele momento, a Petrobras não demonstrava nenhuma fragilidade”, alegou.

O ex-dirigente respondia ao questionamento do deputado Marcus Pestana (MG), que perguntou, também, se Marques tinha conhecimento de propinas na empresa a dirigentes da Petrobras. O depoente negou: “Não passou por mim nem por minha equipe nenhum indício de propina.” 

Na última quinta-feira (19), o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco confirmou que houve pagamento de propina em troca de contratos da empresa Sete Brasil, da qual ele foi diretor, para construção de 28 navios-sonda para a Petrobras. A propina, segundo o ex-gerente, somou um total de 10 milhões de dólares – 4,5 milhões dos quais pagos ao PT, por meio do então tesoureiro do partido João Vaccari Neto. 

O restante teria sido pago a Barusco e a outros diretores da Petrobras e da Sete Brasil pelos estaleiros contratados para construir os navios. Barusco, porém, disse à CPI que não participou de negociações com representantes da Previ, Petros e Funcef. “Não era minha área. Eu cuidava da parte operacional”, declarou. 

VOTO VENCIDO

Pestana também questionou sobre voto de Marques contrário à diretoria do fundo que aprovou investimento causador de prejuízo de R$ 1 bilhão à Funcef. De acordo com Marques, o fato de ele ter sido voto vencido reforça o elevado grau de governança que o Funcef tem em suas decisões. “Foi uma avaliação de caráter subjetivo da relação risco-retorno. Nessa incerteza do futuro, eu poderia estar certo ou não”, explicou. 

Sobre a variedade de investimentos em fundos estruturados, Demósthenes Marques explicou que as aplicações foram baseadas em investimentos em infraestrutura, em setores com diferencial competitivo e aproveitando o crescimento da renda da população. “Não foi uma aventura”, ressaltou. 

Ele confirmou ainda que se encontrou uma vez com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, quando este ainda era presidente do Bancoop. Marques negou ter tido contato com outros nomes investigados: José Carlos Bumlai, Fernando Baiano, Alberto Yousseff, Milton Pascovitch e José Dirceu. 

(Da Agência Câmara/ Foto: Gustavo Lima)

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27 novembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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