Modernização

Duarte Nogueira afirma que licitação para obras em aeroporto de Ribeirão Preto ocorrerá em 2016

A transformação do Aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto (SP), num espaço de tráfego internacional de cargas custará R$ 541 milhões aos cofres dos governos federal, estadual e municipal. “É uma causa compartilhada, feita a várias mãos tendo em vista a importância para São Paulo e região, mas principalmente para o Brasil”, disse o secretário de Logística e Transporte de São Paulo, Duarte Nogueira, durante reunião de audiência pública para debater o prazo de conclusão dessas obras. O tucano é deputado licenciado.

Incluído no programa de aviação regional do governo federal desde 2011, o projeto prevê a readequação da pista para operação de aeronaves que fazem rotas internacionais e transporte de cargas; a construção de uma nova seção contra incêndio, um novo terminal de passageiros com 30 mil metros quadrados, além de ampliação do pátio de aeronaves. De acordo com Duarte Nogueira, os trabalhos estão sendo conduzidos para que o novo cronograma seja cumprido e, no primeiro trimestre de 2016, tenha condições de abrir a licitação. O Aeroporto Leite Lopes opera 42 voos diários e será transformado num terminal moderno com todas as facilidades exigidas na logística internacional.

Em resposta à provocação da prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy da Silva Vera, que cobrou maior agilidade na condução dos serviços, Duarte Nogueira afirmou que o projeto apresentado na audiência pública é o mesmo de um mês atrás, sem nenhuma novidade. Ela pediu ao ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Eliseu Padilha, que junto com o secretário e ela própria assinassem um documento, com registro em cartório, se comprometendo a cumprir rigorosamente o cronograma. Caso contrário, a obra seria transferida para que o município possa executá-la.

Duarte Nogueira disse que administrar é cuidar da coisa pública como se nossa fosse: com carinho, e racionalidade. “É preciso mudar valores, a forma de fazer as coisas, a relação com que se estabelece pactos de confiança e assertividade. Ratifica o compromisso de fazer uma virada no Brasil”, afirmou ele.

Segundo Nogueira, os projetos executivos estão prontos. São de responsabilidade do governo do Estado as obras da parte inferior do aeroporto e o conhecido “mergulhão” – um túnel na avenida Thomaz Whatelly, que vai passar embaixo da pista do aeroporto, em direção à Rodovia Anhanguera. Também inclui a desapropriação da área onde a pista será ampliada.

De acordo com o ministro, esse projeto está vinculado ao Fundo da Aviação Civil e só pode ser usado para essa finalidade. “Todo o dinheiro de outorga vai para essa obra”, afirmou ele, explicando que o Fundo fecha o ano de 2015 com saldo de R$ 6 bilhões. “A liberação de recursos para o maior aeroporto regional do país é prioridade máxima”, afirmou.

O presidente da Câmara de Vereadores de Ribeirão Pret, diz que a região da Alta Mogiana e parte de Minas Gerais que serão impactadas pelo empreendimento representa 2,7 milhões de habitantes, “ansiosos por sua viabilização”. O presidente da Assembleia Legislativa, Léo Oliveira, cumprimentou Duarte Nogueira pelo empenho para que o projeto de transformação do aeroporto saia do papel. “É a primeira vez que as partes interessadas estão reunidas para debater o mesmo tema. Nós nunca estivemos juntos”, disse ele, reiterando acreditar que as metas serão cumpridas.

Já o primeiro vice-diretor da FIESP/CIESP de Ribeirão Preto, Guilherme Cinuciuski Feitosa, representando 37 cidades de médio e pequeno porte, avalia que o aeroporto aumentará a competitividade e abrirá fronteiras para vendas, principalmente, no mercado externo. “Em cinco anos do início dos trabalhos a expectativa é gerar 4 mil empregos diretos”. Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, Antônio Carlos Maçonetto, os vínculos econômicos da região serão fortalecidos. “Em que pese a crise econômica, novas oportunidades com o aeroporto-indústria surgirão”.

(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)