Mais educação


Tucanos cobram melhorias na educação durante debate com ministro Mercadante

23303845165_2807ee211a_kO ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou à Comissão de Educação nesta quarta-feira (25) para fazer explanação dos planos, projetos e metas da pasta para os próximos anos. Parlamentares do PSDB chamaram a atenção do ministro para questões cruciais como a valorização dos professores, os métodos de ensino e aprendizagem, o corte orçamentário e a qualidade dos cursos de medicina.

Em sua intervenção, o deputado Pedro Cunha Lima (PB) destacou que a valorização do professor é uma questão inquestionável que precisa de dedicação para avançar. De acordo com o parlamentar, há um déficit de mais de 150 mil professores em química, biologia e física. Para o tucano, isso ocorre devido ao desprestígio da carreira. “É desestimulante ser professor. Existe uma distorção e desvalorização enorme da carreira. Nós precisamos urgentemente estimular a o professor, voltar a respeitar aquele que é responsável pela educação”, defendeu. Ele é autor da PEC 20/2015, que institui o Magistério Público Nacional.

O deputado Rogério Marinho (RN) lembrou que há uma espécie de vácuo no ensino médio, pois os alunos não são preparados nem para o ensino superior nem para o mercado de trabalho. “Se nós só temos 5% de matrículas no ensino técnico, é evidente que alguma coisa está errada”, criticou. Para o congressista, o problema da má qualidade da educação brasileira não é financeiro, mas estrutural. “Se perdeu o respeito ao professor na sala de aula e nós não podemos confundir a democracia com falta de respeito. Se não há respeito, não há aprendizado”, defendeu.

Segundo Izalci (DF), o país perdeu muito com o fim das escolas técnicas. O tucano voltou a defender o Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) e apontou que ele não é encarado de forma profissional. “Talvez ele vá mostrar que o mínimo que tem que ser feito o governo não tem condições de fazer, principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, justificou. Ele acredita que no atual Custo Aluno-Qualidade e Qualidade Inicial não consta uma série de custos. “Precisamos ter um custo real”, cobrou.

A Desvinculação das Receitas da União (DRU), mecanismo que possibilita que governo federal use livremente 20% de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas, foi levantada por Max Filho (ES). O parlamentar quis saber se Mercadante, que sempre foi contra a DRU, agora era favorável a ela. E Lobbe Neto (SP) apontou a Lei das Bibliotecas Públicas e Privadas nas Escolas, de sua autoria, que prevê a construção das mesmas. O prazo é 2020. Cinco anos já passaram e pouco foi feito.

“Havia expectativas no Brasil do ponto de vista da educação. E o que aconteceu foram tropeços do que seria a principal marca desse mandato da presidente Dilma”, criticou Caio Narcio (MG). Para ele, é impossível defender a “Pátria Educadora” cortando os recursos da educação. Já Raimundo Gomes de Matos (CE), presente na audiência, cobrou medidas que possam atender as necessidades para abertura do curso de medicina da universidade do município de Quixadá (CE).

Segundo Mercadante, o problema da falta de professores de química, física e biologia é profundo, pois apenas 2,5% dos alunos ingressam nesses cursos. O ministro apontou ainda que a pasta está se esforçando para cumprir o que a Lei das Bibliotecas pede e considerou interessante incluir principalmente bibliotecas digitais. Destacou que defendeu a DRU em todas as vezes em que foi votada.

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Foto: )

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25 novembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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