Cerco se fecha


Quebra de sigilo do PT mostrará como dinheiro sujo abasteceu campanhas, avaliam tucanos

IMG_20151113_134536Deputados do PSDB acreditam que a quebra do sigilo telefônico da sede nacional do PT e de telefones que eram usados pelo ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto deve ajudar a comprovar materialmente que o dinheiro de propina oriundo da Petrobras financiou campanhas da legenda.

A devassa telefônica foi decretada pelo juiz federal Sérgio Moro no âmbito da Operação Lava Jato. A abertura de dados alcança um período de quase cinco anos, 2010 a 2014 – abrangendo três pleitos eleitorais.

“É um grande passo para conhecermos, enfim, as negociatas do partido mais corrupto do Brasil. E mais: agora saberemos o caminho do dinheiro sujo que abasteceu as campanhas de Lula e Dilma”, destacou o líder tucano na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), por meio do seu perfil no Facebook.

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A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga o uso do PT como forma de ocultar dinheiro desviado da estatal por meio de contribuições e doações de campanha. A quebra de sigilo foi solicitada pelo Ministério Público Federal, que acusa Vaccari de utilizar uma gráfica ligada ao partido para lavar dinheiro da Petrobras.

O ex-tesoureiro é réu por corrupção e lavagem. Em delação premiada, Augusto Ribeiro Mendonça , executivo do grupo Setal, revelou que chegou a depositar parte dos R$ 2 milhões que Vaccari lhe pediu para o partido em uma conta da Editora Gráfica Atitude. Esse seria um dos dutos do dinheiro desviados da petroleira.

Nesta semana, em Plenário, Sampaio lembrou mais uma vez a abundância de ex-dirigentes petistas atrás das grades, incluindo ex-presidentes e ex-tesoureiros, sem contar ex-diretores da Petrobras indicados pela legenda que também foram parar atrás das grades.

O deputado Antonio Imbassahy (BA), que foi vice-presidente da CPI da Petrobras, afirmou que essa nova fase da Lava Jato, em busca de provas materiais, vai certamente chegar ao seu objetivo com essa quebra de sigilo.

“No momento em que se quebra o sigilo da sede nacional do PT e de outros telefones associados ao ex-tesoureiro, é claro que as provas vão aparecer e isso só vai trazer mais complicações para o partido. Ficará muito mais difícil para eles quando essas novas provas materiais forem anexadas aos autos dos processos, para que se condene os culpados por toda essa maracutaia”, avalia Imbassahy.

A decisão, de acordo com Bruno Covas (SP), vai ao encontro de todos os alertas feitos pelo PSDB no voto em separado apresentado na CPI da Petrobras.  “Nós mostramos que houve uma corrupção endêmica e sistematizada na Petrobras para beneficiar os caixas dos principais partidos governistas, entre eles, o PT, que tinha o Vaccari como grande operador do chamado pixuleco”, apontou o deputado, que foi sub-relator do colegiado.

Bruno acredita que a quebra de sigilo vai no sentido de colher ainda mais provas para demonstrar que houve um grande esquema perpetrado na Petrobras e que o PT foi o grande beneficiário, por meio de caixa dois. 

Ex-integrante da CPI, o deputado Delegado Waldir (GO) vê as novas medidas como uma ação da Polícia Federal para esmiuçar o esquema de corrupção instalado na Petrobras. O tucano acredita que novos parlamentares poderão ter seus nomes revelados como participantes da trama. “Deverão aparecer novas ligações de para onde era destinado o dinheiro da propina arrecada pelo Vaccari. Portanto, certamente, surgirão novos  nomes, inclusive de deputados e senadores que eram destinatários do dinheiro de origem criminosa, quem sabe até da presidente da República. A princípio apareceram nomes do PP, agora devem aparecer os do PT”, alertou. 

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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13 novembro, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Cerco se fecha”

  1. nilton cruz disse:

    As pizzas, estão sendo montadas com ingredientes a vontade. Resta saber se vão ser destruídas ou consumidas, e acabar literalmente tudo em pizzas! É o lanche atual mais digeridos ,engole, e depois sai pelo esgoto humano.

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