Nota vermelha


Para deputados, greve dos caminhoneiros reflete amplo descontentamento com governo Dilma

caminhoneiros

No segundo dia de manifestações, foram registrados protestos em 14 estados, com mais de 40 pontos de bloqueio.

Enquanto caminhoneiros se manifestavam nas estradas de mais de dez estados contra os desmandos do governo Dilma e as sucessivas dificuldades que enfrentam no dia a dia, o Planalto dá mais uma demonstração de indiferença e desinteresse diante das demandas desses profissionais. Tentando retirar a legitimidade da reivindicação, o ministro das Comunicações, Edinho Silva, afirmou que a greve dos caminhoneiros serve apenas para promover o desgaste político do governo. Para o deputado Samuel Moreira (SP), a fala do ministro é lamentável, pois o protesto tem como pano de fundo uma série de reivindicações, além de mostrar a insatisfação com um governo que traz desgosto para os brasileiros.  

MINISTRO DEVERIA SE DESCULPAR

“Os caminhoneiros ou qualquer segmento que esteja insatisfeito não se manifesta para desgastar o governo, mas para demostrar claramente um descontentamento com a atuação dele”, alertou o tucano nesta terça-feira (10). O parlamentar acredita que a insatisfação das categorias é motivada pelas claras demonstrações de que a gestão petista não tem rumo e nem perspectiva. “O ministro tem mais é que pedir desculpa por essa frase e buscar o entendimento e a negociação”, destacou. Segundo o congressista, as greves irão aumentar, já que a situação econômica e social do país está ficando cada vez pior.

O deputado lembra que o Brasil vive uma situação crítica com a alta da inflação e dos impostos, que também penalizam a classe. “A presidente Dilma não tem capacidade para explicar aonde quer chegar com as medidas que ela toma no governo”, alertou. Esse, para Samuel, é um descontentamento que dá maior legitimidade às greves. Conforme destacou o congressista, outro grande problema é que o Planalto tem dificuldades para buscar um entendimento e esclarecer seus objetivos. 

Samuel - Cury 800x579De acordo com o tucano, não se esperam atitudes como as tomadas pelo ministro, que foi um ataque aos segmentos descontentes com a gestão da presidente Dilma. Esses caminhoneiros também criticam o alto custo dos combustíveis e pedem a liberação de crédito com juros subsidiados em R$ 50 mil para transportadores autônomos e a criação do frete mínimo.  “Quem trabalha no Brasil não é valorizado. Assim como outras categorias, os caminhoneiros não estão aguentando mais. Por isso estão paralisando suas atividades”, destacou o deputado Eduardo Cury (SP) em sua página no Facebook.

Em julho, Dilma vetou trecho da Medida Provisória 670 que isentava o óleo diesel de PIS e Cofins. O combustível representa grande parte dos gastos do caminhoneiro. A emenda vetada pela petista garantia benefício à categoria com a redução do custo do serviço de transporte e foi aprovada no plenário da Câmara em 17 de junho, com apoio dos tucanos.

Ao menos 14 estados participam das manifestações, apesar das ameaças e ataques do Planalto. Além de ter que passar por vias em condições caóticas (52% das estradas federais estão péssimas ou ruins), a categoria é ameaçada pelo Ministério da Justiça com  multas de mais de R$ 1.900,00. A postura da gestão petista é bem diferente daquela adotada quando aliados como o MST promovem protestos pelo país.

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Alexssandro Loyola)

Compartilhe:
10 novembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *