Conta mais cara
Governo federal perde possibilidades de aprimorar setor energético, lamenta Daniel Coelho
O deputado Daniel Coelho (PE) avaliou nesta terça-feira (10) que a alta no valor da energia elétrica se deve a problemas de planejamento e gestão do sistema. Hoje, no Brasil, um dos maiores pesos no orçamento das pessoas e das empresas tem sido a conta de luz. Só em 2015, ela já ficou 50% mais alta. Diante da crise hídrica, as concessionárias recorreram ao uso de usinas termelétricas, que é mais cara do que as hidrelétricas.
“O Brasil perdeu ao longo da última década a oportunidade de ter avançado na questão energética. Estamos com a COP 21 para acontecer, onde o Brasil estabeleceu algumas metas da redução emissão de carbono e não fez um caminho para construir isso. Não basta fazer um discurso e estabelecer uma meta, principalmente no que se refere a produção de energia. Precisa de planejamento e começar bem antes a pensar em soluções”, afirmou o tucano.
Enquanto os brasileiros pagam uma conta de luz mais cara, no Texas, nos Estados Unidos, as fazendas de geração eólica estão gerando tanta energia que algumas estão dando eletricidade de graça aos consumidores. Das 21h às 6h da manhã, a população utiliza energia sem pagar nada por ela. Isso só é possível porque a energia eólica equivale a 10% da eletricidade gerada no Texas. Ao incentivar o uso durante a noite, as empresas reduzem os encargos e custos gerados pelo excesso de oferta eólica. No Brasil, apenas cinco por cento de toda a energia produzida vem do vento. Para Daniel Coelho, o mesmo não ocorre no país porque o governo protege as concessionárias privadas.
“E a gente vê o Brasil, que tem uma possibilidade imensa, principalmente na região Nordeste, de energia eólica e solar ter toda a capacidade natural que nós temos não aproveitadas. Para completar você tem uma legislação equivocada. Tanto a eólica como a solar são energias que podem ser geradas pelo consumidor final. O problema é que hoje se vincula a autorização do consumidor final à concessionária de energia, que não tem interesse em facilitar essa aquisição. O governo protege as concessionárias privadas”.
Em algumas regiões metropolitanas o aumento na conta foi além dos 50%. Em São Paulo e Curitiba, a conta de luz está 70% mais cara. No Distrito Federal, o consumidor gasta 55% a mais.
(Reportagem: Shirley Loiola/ Foto: Alexssandro Loyola)
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