Já passou da hora


Oposição e manifestantes pedem mais agilidade na definição sobre pedido de impeachment 

A cada dia aumenta o acampamento montado em frente ao Congresso.

A cada dia aumenta o acampamento montado em frente ao Congresso.

Instalados em um acampamento que cresce dia após dia, manifestantes de diferentes estados permanecem resistentes no gramado do Congresso Nacional em defesa de uma bandeira endossada por milhões de brasileiros: o impeachment da presidente Dilma. Ao longo das últimas semanas, deputados do PSDB expressam seu apoio ao grupo por meio de visitas e pronunciamentos em Plenário. E, assim como esses militantes, os parlamentares esperam uma definição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a respeito do pedido protocolado pela oposição, juristas e movimentos sociais em 21 de outubro. (leia íntegra)

“Nós precisamos de uma resposta prática e rápida da presidência da Câmara em relação ao processo de impeachment. O nosso objetivo principal ao vir pra cá é exatamente esse: fazer com que esse processo vá para votação”, cobrou nesta segunda-feira (9) Alexandre Paiva, um dos coordenadores nacionais do Movimento Brasil Livre. Vindo de Santa Catarina, ele destacou que nesta semana os manifestantes voltarão a pedir um posicionamento da presidência da Casa.

De acordo com Paiva, o ato já conseguiu mobilizar os brasileiros. Ele informa que o grupo tem recebido apoio e solidariedade por parte da população, principalmente em Brasília, e também dos parlamentares. Conforme apontou, o apoio dos congressistas da oposição no momento em que chegaram no gramado em frente ao Congresso foi essencial.

“ALGEMADOS” SOMAM FORÇA

Ao acampamento se juntou os manifestantes que estavam algemados no Salão Verde da Casa com o mesmo objetivo. Na última quinta-feira eles foram retirados do local por determinação da presidência da Câmara. Eles guardavam o painel pró-impeachment lançado na última quarta-feira pelos partidos de oposição. Uma confusão envolvendo petistas e os manifestantes quase provocou a destruição do banner, que já havia sido assinado por vários deputados. 

O deputado Izalci (DF), que acompanhou os manifestantes no momento da saída da Câmara ao som do Hino Nacional, destacou nesta segunda-feira (9) que Cunha possui os elementos necessários para dar andamento ao processo. Segundo ele, há provas contundentes contra a presidente. 

FORA, DILMA!

O pedido protocolado em outubro pede a saída de Dilma do cargo de presidente por conta da prática de crime de responsabilidade. Entre os fatos que embasam o novo texto estão informações oferecidas pelo Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que comprovam que as chamadas “pedaladas fiscais”, que levaram o Tribunal de Contas da União (TCU) a rejeitar as contas do governo Dilma do ano passado, prosseguiram em 2015.

“O Brasil está mergulhado em profunda crise. Muito embora o governo federal insista que se trata de crise exclusivamente econômica, na verdade, a crise é política e, sobretudo, moral”, destaca o novo texto do pedido de impeachment. Por unanimidade, o TCU rejeitou as contas do governo federal referentes a 2014 em razão das mesmas manobras contábeis que continuam sendo usadas este ano para maquiar as contas públicas.

PETIÇÃO NA WEB

Na internet, também há um movimento lançado há dois meses que pede o impeachment de Dilma. Até esta segunda-feira, mais de 1,2 milhão de internautas já tinham assinado o abaixo-assinado, que também destaca argumentos trazidos pela peça jurídica apresentada por Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior. 

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Foto: Alexssandro Loyola)

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9 novembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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