Bandalheira


Movimentações milionárias de Lula e ex-ministros exigem investigação, cobram deputados

Para Miguel Haddad, relatório do Coaf  apontou a existência de indícios de movimentações suspeitas.  Tucano defende ida de envolvidos à CPI do BNDES.

Para Miguel Haddad, relatório do Coaf apontou a existência de indícios de movimentações suspeitas. Tucano defende ida de envolvidos à CPI do BNDES.

O PSDB quer esclarecimentos e as punições necessárias para aqueles que dilapidaram o patrimônio público brasileiro usando recursos oriundos do BNDES. Em nota divulgada no fim de semana, o partido afirma que “vê com extrema preocupação os dados revelados pela revista Época deste fim de semana que demonstram movimentações financeiras milionárias e, segundo o Coaf, incompatíveis com a realidade de seus autores, o ex-presidente Lula e os ex-ministros Fernando Pimentel, Antonio Palocci e Erenice Guerra”.

Após a revelação das transações suspeitas, deputados tucanos defenderam a convocação dos quatro petistas na CPI do BNDES para que expliquem as movimentações. O relatório do Coaf foi encaminhado ao colegiado. Ainda de acordo com a nota do PSDB, “as suspeitas reveladas pelo Coaf exigem uma ampla e profunda investigação. A sociedade brasileira tem o direito de ver todas essas questões esclarecidas e as nossas instituições o dever de garantir que isso ocorra”.

O líder Carlos Sampaio (SP) alertou para a gravidade dos dados. “Que bandalheira é essa? Se for verdade, esses caras devem ser imediatamente presos”, apontou. Conforme lembrou, o relatório do Coaf revela transações com indícios de irregularidades de pessoas e empresas que se encontram sob investigação nas operações policiais.

De acordo com a reportagem de “Época”, só o quarteto formado pelo ex-presidente Lula, Palocci (ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda), Pimentel (governador de Minas) e Erenice  realizou operações bancárias, entre 2008 e 2015, que chegam a R$ 300 milhões. “Na conta de Lula, foram R$ 52,3 milhões, quantia considerada “incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional” do ex-presidente. Palocci foi além e movimentou R$ 216 milhões suspeitos”, ressaltou Sampaio.

O deputado Betinho Gomes (PE) considerou a informação ‘gravíssima” e defendeu que os quatro sejam ouvidos imediatamente pela CPI do BNDES, da qual é integrante. “Temos urgentemente que ouvir as pessoas citadas, além de exigir a quebra dos sigilos destes personagens que foram detectados no relatório do Coaf. Vou propor estes encaminhamentos na próxima reunião do colegiado para avançarmos e apurarmos, de fato, o que tem acontecido nesta relação que vem se mostrando cada vez mais nebulosa entre lideranças petistas e as empresas que financiam o suposto esquema de corrupção”, afirmou.

Edição desta semana da revista "Época" levanta dúvidas sobre as operações milionárias feitas pelos petistas.

Edição desta semana da revista “Época” levanta dúvidas sobre as operações milionárias feitas pelos petistas.

Lula, Palocci, Erenice e Pimentel são alvo de pedidos de convocação ou de quebra de sigilos bancários, fiscal e telefônicos no colegiado, justamente por figurarem entre os suspeitos de terem usado a instituição financeira para beneficiar grupos econômicos com financiamentos subsidiados. Os quatro também estão na mira da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, em operações como Lava Jato, Acrônimo e a Zelotes, por suspeitas de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção.

Ao jornal “O Globo”, o 1º vice-presidente da CPI, Miguel Haddad (SP), disse que o relatório do Coaf parece bem consistente e aponta a existência de indícios de movimentações suspeitas. “Todos os elementos apontam para a importância de ouvi-los e eles poderiam aproveitar a oportunidade para esclarecer essas movimentações incompatíveis”, defendeu. 

Também integrante da comissão, Alexandre Baldy (GO) lembrou que há requerimentos na comissão pendentes de votação que pedem a ida de personagens envolvidos nesse escândalo. “Vamos lutar para aprová-los, pois a população precisa e merece saber quem são essas pessoas e de onde surgiu todo esse dinheiro. Respeito ao trabalhador que paga os impostos e leva uma vida digna é o mínimo que podemos cobrar”, declarou.

O relatório do Coaf representa a maior devassa já realizada nas contas de pessoas que passaram pelo governo do PT. Há indícios de diversas irregularidades. Vão de transações financeiras incompatíveis com o patrimônio a saques em espécie, passando pela resistência em informar o motivo de uma grande operação e a incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos.

NORMAS BURLADAS

Baldy também comentou outra grave denúncia envolvendo o banco de fomento. Segundo a “Folha de S.Paulo”, o BNDES contornou uma norma interna que o proíbe de conceder empréstimos a empresas cuja falência tenha sido requerida na Justiça e concedeu crédito de R$ 101,5 milhões ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula que se tornou um dos alvos da Operação Lava Jato.

“Quando digo que o BNDES, banco público bancado pelo dinheiro dos impostos dos trabalhadores brasileiros, foi usado para atender a interesses privados me refiro a situações como essa. Mais um indício de tráfico de influência é confirmado”, reprovou. 

Miguel Haddad acredita que houve tráfico de influência na negociação entre o banco e a empresa de Bumlai. Haddad defende que o empresário, o Lula e o BNDES prestem depoimento à CPI. 

“Fica uma grande dúvida. Há suspeições de que o senhor Bumlai tenha uma relação pessoal com o ex-presidente Lula. E o sentimento que se tem é que houve tráfico de influência. Que pelo fato de ser amigo do rei, ele teria obtido esses recursos. Cabe à CPI agora apurar isso e chamar o senhor Bumlai, o ex-presidente Lula, o BNDES, todos os atores envolvidos nesse processo para que nós possamos apurar a razões pelas quais foram obtidos esses recursos”, completou.

(Da redação/ Foto: Antonio Augusto – Câmara dos Deputados)

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3 novembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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