BNDES e Fundos de Pensão

 Depoimentos de Alberto Youssef e Guido Mantega movimentam semana das CPIs na Câmara

Miguel Haddad é o 1o vice-presidente da comissão de inquérito que investiga irregularidades no BNDES.

As CPIs dos Fundos de Pensão e do BNDES terão uma semana movimentada com oitivas importantes para o andamento das duas investigações. Nesta terça-feira, o doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato, virá esclarecer a relação dele com os fundos de pensão. No mesmo dia, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES Guido Mantega falará aos deputados sobre o banco de fomento.

O requerimento para a reunião com Mantega é de autoria dos tucanos Miguel Haddad (SP), Betinho Gomes (PE) e Caio Narcio (MG). A audiência chegou a ser marcada para o fim de setembro, mas foi adiada. Mantega foi presidente do BNDES no período de novembro de 2004 a março de 2006. O depoimento está previsto para as 14h, no plenário 13.

Mantega foi ministro da Fazenda entre março de 2006 e janeiro de 2015, além de ter sido membro do Conselho de Administração do BNDES. “Foi, portanto, um dos principais responsáveis pela formulação e implementação de ações de política macroeconômica direcionadas para alavancar os desembolsos do BNDES a partir de 2009, via repasses de recursos vultosos do Tesouro Nacional, na forma de empréstimos e subvenções”, explicam os tucanos no requerimento.

Reportagem da “Folha de S.Paulo” de agosto mostrou que, na gestão do ministro, o valor total dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES passaram de R$ 40 bilhões para R$ 455 bilhões. Em função desses aportes, a União terá que arcar com custo superior a R$ 180 bilhões nas próximas décadas. “A despeito desse grande comprometimento de recursos públicos, a taxa de investimentos brasileiras continua muito baixa, o país entrou em recessão e se desindustrializou”, afirmam os deputados.

DOLEIRO
Na CPI dos Fundos de Pensão, o depoimento de Youssef está previsto para as 14h30. Também será ouvido o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, ex-braço direito de Youssef. A CPI investiga se houve manipulação política em investimentos com recursos dos fundos de pensão federais: Petros (da Petrobras), Previ (do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Postalis (dos Correios). As operações causaram prejuízos e levaram os fundos a um déficit de mais de R$ 30 bilhões no ano passado.

(Da redação/ Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados)