Fim melancólico
Vice-presidente da CPI da Petrobras, Imbassahy critica relatório de petista isentando Dilma e ex-diretores
A base do governo aprovou na madrugada desta quinta-feira (22) o texto do relatório final da CPI da Petrobras que isenta de responsabilidades os ex-diretores Graça Foster e Sérgio Gabrielli e a presidente Dilma nas irregularidades na companhia. O resultado da votação, que terminou às 3h da madrugada, foi criticada pelo vice-presidente da comissão, deputado Antonio Imbassahy (BA). A aprovação teve o protesto dos partidos de oposição.
A bancada tucana apresentou um voto em separado ao texto do relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), em que aponta responsabilidades também do ex-presidente Lula. O relatório do petista isentou os principais responsáveis do escândalo. A oposição defendeu a instauração de inquérito penal e civil contra os ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci, Guido Mantega, Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho e Edinho Silva.
“A gestão corporativa da Petrobras, após o ano de 2003, foi colocada à disposição de um projeto de poder do Partido dos Trabalhadores e, por consequência, do Palácio do Planalto, onde ambos se locupletaram”, disse Imbassahy.
A CPI funcionou durante oito meses, mas o relatório também não faz menção a políticos investigados por suspeita de envolvimento em recebimento de propina e não pede indiciamentos – apenas lista sugestões de indiciamentos apresentadas pelos quatro sub-relatores da CPI.
VÍTIMA DE “AÇÕES INDIVIDUAIS”
Antônio Imbassahy lamentou que o texto do relator criticou a Operação Lava Jato. No relatório, ele nega a existência de “corrupção institucionalizada” na Petrobras. Em 754 páginas o relator afirma que a Petrobras foi “vítima de ações individuais” e contesta a acusação de que havia corrupção institucionalizada na empresa.
Embora os parlamentares da base governistas tivessem criticado o texto final, na votação mantiveram o que escreveu Luiz Sérgio. Nem os quatro destaques apresentados que faria um texto mais encorpado foram aprovados.
Um deles foi apresentado pela bancada do PSDB e pedia que fosse adotada a teoria do domínio do fato no caso dos crimes cometidos na Petrobras e que fosse incluído no relatório final trecho do sub-relatório do deputado Bruno Covas (SP) que responsabilizava os ex-presidentes da Petrobras Graça Foster e José Sérgio Gabrielli, bem como a presidente Dilma, pelas irregularidades detectadas na empresa Transportadora Gasene.
(Da assessoria do deputado/Foto: Alexssandro Loyola)
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