Como assim?

Para deputados, tese do “golpe democrático” é mais uma demonstração de desespero de Dilma

Com rejeição recorde de popularidade e acúmulo de derrotas no Congresso, TCU e TSE, Dilma dá mais sinais de desespero diante do risco real de impeachment. Durante a primeira reunião com sua nova equipe após a “reforma” ministerial, a petista afirmou ser vítima de um “golpe democrático à paraguaia”. Nesta sexta-feira (9), deputados do PSDB rechaçaram as declarações da presidente. 

Para o deputado Daniel Coelho (PE), vice-líder do PSDB na Câmara, para começar, se é democrático, não se trata de golpe. O tucano destaca que os processos em curso seguem estritamente a Constituição. “Os órgãos de controle têm por obrigação fazer a avaliação das contas e fiscalizar o governo”, alertou ao se referir à atuação do Tribunal de Contas da União, que nesta semana indicou a reprovação, por unanimidade, das prestação de contas de Dilma do ano passado.

De acordo com o parlamentar, todos precisam respeitar a Carta Magna, inclusive a presidente. Conforme destacou, Dilma merece a punição devida, já que cometeu crimes de responsabilidade. Segundo o congressista, a fala da presidente é totalmente sem sentido. “Esse tipo de discurso não tem mais adesão e ninguém está aceitando essa conversa. A democracia vai prevalecer. E, se houver o entendimento da maioria do Congresso, ela vai ser afastada e sofrer o impeachment”, avisou.

O deputado Izalci (DF) ressaltou que a primeira prova de que não há golpe é que o principal pedido da saída de Dilma em tramitação na Casa foi elaborado por Hélio Bicudo, fundador do PT.  De acordo com o tucano, a presidente, com suas declarações que não condizem com a realidade, não consegue disfarçar o desespero. Conforme apontou, está muito claro que o governo dele tem como marcas não somente a corrupção generalizada, mas também a incompetência e a irresponsabilidade fiscal.

“A presidente da República é incompetente até na criatividade. Insiste na história de ‘golpe democrático’ ao invés de prestar contas à nação. Vamos insistir na abertura do processo de impeachment da Dilma, que não governa há muito tempo. Ela só precisa desapegar do cargo”, destacou o deputado Vanderlei Macris (SP) em seu perfil no Twitter.

Até o momento o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou os pedidos que solicitam a saída da petista do Planalto. No entanto, o mais contundente, o de autoria do ex-ministro da Justiça Miguel Reale Junior e de Hélio Bicudo, ainda não foi despachado por Cunha, o que pode ocorrer na próxima semana. Em caso de arquivamento, a oposição vai apresentar recurso a ser apreciado pelo Plenário.

DERROTAS SUCESSIVAS

Nesta semana, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou que a presidente sofreu derrotas “acachapantes” nos últimos dias. “O conjunto de derrotas unânimes é tal que a impressão que a gente tem é que, nesta Casa e no país, o Brasil está também pedindo que ela se afaste do cargo”, apontou. Na avaliação do tucano, a reprovação das contas pelo TCU confirma as suspeitas de crime de responsabilidade e pedaladas fiscais na gestão petista.

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Fotos: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)