Raio-x
Balanço da execução orçamentária mostra aumento de despesas correntes e queda nos investimentos
Apesar dos cortes e das restrições a gastos anunciados pela presidente Dilma, as despesas correntes do governo continuam em alta. De janeiro a setembro deste ano, os gastos registraram crescimento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2014. Do total de despesas autorizadas, no valor de R$ 1 trilhão, foram pagos R$ 649,1 bilhões até o fim do mês passado. Os dados fazem parte de levantamento mensal produzido pelo Núcleo de Orçamento da Assessoria Técnica da Liderança do PSDB na Câmara com base em informações do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
Por outro lado, os investimentos seguem em baixa, contribuindo para piorar a recessão que atinge a economia brasileira. Da dotação autorizada de R$ 83,1 bilhões, foram pagos apenas R$ 5 bilhões, ou seja, 6%. Em relação ao mesmo período de 2014, os pagamentos deste grupo de despesa caíram 57,3%.
LENTIDÃO NO PAC
Lançado em 2007, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um exemplo da lerdeza do governo federal para tirar as obras do papel. Dos quase R$ 65 bilhões autorizados para custear o projeto em 2015, apenas R$ 9,7 bilhões haviam sido pagos até dia 30 de setembro. Significa que, em nove meses, o governo federal executou apenas 15,1% do montante autorizado no orçamento. O valor representa apenas 0,17% do Produto Interno Bruto (PIB).
O investimento é lento em várias frentes do PAC. O Ministério dos Transportes teve dotação autorizada de R$ 265 milhões, mas até o fim do mês passado havia empenhado apenas 1,32%. O problema se repete em outros órgãos que tem recursos do PAC, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que empenhou só 5,14% dos R$ 852 milhões autorizados.
(Reportagem: Elisa Tecles/ Foto: divulgação)
Deixe uma resposta