Tiro no pé


Ofensiva do Planalto contra TCU é manobra vergonhosa, diz líder do PSDB na Câmara 

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Sampaio: Governo do PT tenta, de forma sorrateira, evitar que a votação das contas de 2014 ocorra nesta semana.

A manobra do governo federal para tentar constranger o Tribunal de Contas da União (TCU) foi um tiro no pé, avaliou o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP). Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (5), o tucano comentou a ofensiva da gestão petista contra Augusto Nardes, ministro responsável por relatar as contas da presidente Dilma de 2014.  O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, entregou hoje o pedido de afastamento do ministro da relatoria do processo.

“Essa é mais uma manobra vergonhosa do governo procurando constranger uma das mais importantes cortes de investigação deste país. Estão tentando, de forma sorrateira, evitar que a votação aconteça nesta semana”, afirmou Sampaio. Na avaliação do líder, o anúncio do governo revela o desespero pela provável rejeição das contas.

A análise do caso pelo tribunal está marcada para as 17h desta quarta-feira (7). O ministro Augusto Nardes deve recomendar a rejeição das contas pelo Congresso Nacional. A posição dele poderá ou não ser seguida pelos outros ministros da corte. As contas de 2014 ficaram conhecidas pelas “pedaladas fiscais”, manobras irregulares feitas pelo governo.

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Augusto Nardes divulgou nota em repúdio às declarações do AGU. Ele esclarece que não antecipou sua opinião final sobre a apreciação das contas, apenas disponibilizou minuta de relatório e do parecer prévio. O regimento interno do TCU exige que essas peças sejam distribuídas até cinco dias antes da sessão.

“Quando a mais alta corte de investigação dentro da estrutura da Administração Pública dá um parecer pela desaprovação das contas, fortalece a tese daqueles que, como eu, defendem o impeachment da presidente”, ressaltou Sampaio.

FALSA REFORMA MINISTERIAL
O líder criticou a chamada “reforma ministerial” promovida por Dilma. Para ele, tudo não passou de distribuição de cargos para evitar o impeachment. “Essa reforma não tem nada de gestão, eficiência ou redução de gastos. Foi uma manobra única e exclusivamente visando distribuir cargos para que as pessoas votem favoravelmente a ela”, analisou.

EDUARDO CUNHA
Sampaio afirmou que as denúncias envolvendo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são graves e devem ser apuradas. Ele destacou que o Ministério Público aguarda informações encaminhadas pela Suíça sobre o caso. “O fato é grave, ele deve explicações, e nós temos que aguardar. Não é possível falar sobre o fato se ainda não veio a documentação”, explicou.

VOTAÇÃO DE VETOS
Sobre a análise dos vetos presidenciais pelo Congresso, o líder tucano afirmou que terá um encontro com Cunha para saber da disposição dele em votar o tema. Há uma sessão marcada para esta terça-feira (6), às 11h30, para finalizar a análise iniciada no último dia 22.

Os itens mais polêmicos são o veto total ao reajuste salarial de até 78,56% para os servidores do Poder Judiciário e o veto à correção das aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo com ganhos reais. “Uma coisa é certa; cabe ao governo ter os votos necessários para manter os vetos, caso eles sejam colocado em votação amanhã”, completou Sampaio.

(Reportagem: Elisa Tecles/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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5 outubro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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