Um rumo para São Paulo, por Ricardo Tripoli


É difícil encontrar no Brasil cidadão mais irritado que o paulistano. Aqui sentimos, em primeira mão, as consequências negativas da administração petista –tanto no plano federal como no municipal.

A cidade mais populosa e mais importante do país é a primeira que assimila os efeitos da desastrosa administração da presidente Dilma Rousseff. Em âmbito municipal, sucumbe nas mãos do prefeito Fernando Haddad, um gestor sem vivência ou experiência política.

Não existe um esforço sequer, por exemplo, para corrigir o desequilíbrio orçamentário criado pelo pacto federativo. Por isso, São Paulo repassa ao governo federal 11% de sua arrecadação, mas recebe de volta só 0,8% do PIB nacional.

Atualmente, a maior metrópole do país expulsa investimentos e cidadãos. A crítica situação econômica do país e a desorientada administração municipal limitam a qualidade de vida na cidade e fazem dela um caldeirão de insatisfações. Os sintomas do aborrecimento são manifestados diariamente nas ruas.

As pessoas se irritam com o trânsito, com a péssima situação ambiental, com a queda na qualidade dos serviços de saúde e educação, e uma infinidade de ações impostas sem o mínimo de discussão com a sociedade. Os casos das ciclovias e da redução do limite de velocidade, embora justifiquem amplo debate, são exemplos marcantes dessa gestão autoritária e perdida.

No número crescente de moradores de rua e de vendedores ambulantes está explícito o prejuízo das gestões petistas para São Paulo. O desemprego e a falta de políticas sociais deixaram pessoas completamente abandonadas nas ruas.

Isso força muitos cidadãos a buscarem opções de renda nas mãos das máfias que controlam o comércio de produtos contrabandeados ou roubados. Tudo feito às claras, sem qualquer ação da prefeitura para proteger o trabalhador, o consumidor e a economia municipal.

Gestões do PSDB Brasil afora, como a do governador Geraldo Alckmin, em São Paulo, têm mostrado que é possível administrar com austeridade e criatividade para superar ciclos de crise econômica.

Esse é o caminho a ser perseguido na capital. São Paulo precisa de um projeto que a recoloque à frente das tendências mundiais. Seu potencial econômico e cultural deve ser utilizado para consolidá-la como cidade global, vinculada às inovações e à economia internacional.

A tradição vanguardista paulistana aponta para soluções que contemplem uma base sólida de economia sustentável. Além do aspecto econômico, o uso eficiente de recursos naturais é uma questão de sobrevivência para as grandes metrópoles, onde a concentração populacional gera desequilíbrios e interferências na qualidade e na expectativa de vida das pessoas.

São Paulo precisa atuar em sinergia com Estado e União em educação, na saúde, na gestão ambiental, na redução do consumo de combustíveis fósseis e nos investimentos em transporte público movido a energias alternativas e em outros serviços prestados à população.

No longo prazo, esse modelo cria um sistema econômico capaz de gerar renda e riqueza, além de reduzir os gastos públicos.

Acima de tudo, a capital paulista deve conduzir, e não ser conduzida em seu processo de desenvolvimento. Para isso ocorrer, é imprescindível uma grande capacidade de planejamento e de liderança, o que falta à atual gestão.

São Paulo é hoje uma cidade sem líder e sem rumo. E não há nada que irrite mais o paulistano do que desconhecer seu destino.

(*) Ricardo Tripoli é deputado federal pelo PSDB-SP. Artigo publicado na “Folha de S.Paulo” em 02/10.  (foto: Alexssandro Loyola)

Compartilhe:
2 outubro, 2015 Artigosblog Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *