Redemocratização
Tucanos celebram 30 anos da abertura política em sessão solene na Câmara
A pedido do deputado Luiz Carlos Hauly (PR), a Câmara promoveu, nesta terça-feira (29), sessão solene em comemoração aos 30 anos da abertura política no Brasil. Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves, por eleição indireta, foi escolhido para presidir o país e fazer a ruptura da ditadura e a transição para a democracia.
O tucano homenageou os homens estrategistas que auxiliaram na redemocratização, como Mário Covas, Ulysses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, José Richa, José Serra, Álvaro Dias, Teotônio Vilela. De acordo com o deputado, do fim do AI-5, em 1979, à promulgação da Constituição, percorreu-se um longo caminho entre a ditadura e a democracia, com avanços e recuos.
“A eleição de Tancredo Neves foi o momento em que a oposição enfim arrebatou da ditadura a chefia do Estado. Não só no quadro político, mas também no econômico, convivíamos com uma inflação de três dígitos e uma economia fechada, que se abria para a globalização. A própria sociedade reconheceu, àquela hora, que finalmente fora atingido o ponto além do qual não havia mais volta: a ditadura estava derrotada”, destacou.
Pouco antes da posse, Tancredo adoeceu, mas resistiu por temer que o então presidente, João Figueiredo, recusasse a dar posse a seu vice, José Sarney. Após relutar contra os problemas de saúde, foi internado às pressas e três meses depois faleceu. “Sua morte marcou o ano tanto quanto sua eleição”.
“Se hoje nós festejamos o aniversário da democracia, é porque sentimos que houve avanços, nestes últimos trinta anos, dignos de festejo. Daí que faz sentido perguntar: quando ela tiver o dobro da idade, quais serão as novas conquistas que estaremos a celebrar?”, questionou. Segundo Hauly, a democracia não é uma instituição, mas um conjunto delas, que pode funcionar pior ou melhor, ser mais ou menos perfeita. Conforme apontou, o país passa por grave crise institucional, associada a um colapso econômico e financeiro jamais visto na história do país.
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), presente na homenagem, ressaltou que a transição da ditadura para a democracia foi um processo possível graças à habilidade conciliadora de Tancredo. Para o ele, naquele momento os anseios da sociedade brasileira estavam sendo levados adiante. Segundo o parlamentar, o momento foi tomado por alívio e felicidade por uma população exaurida por desmandos.
Esse período, conforme aponta o tucano, foi marcado por aspirações de liberdade, lutas por direitos e por garantias individuais. “Hoje ainda trabalhamos para que a população brasileira tenha cada vez mais voz e possa fazer valer a sua vontade. Trabalhamos todos, cada um dando a sua contribuição naquilo em que puder, para que o cidadão brasileiro tenha meios para contestar medidas de governo com as quais não concorda, e essa é uma prerrogativa da qual certamente não vamos abrir mão”, destacou.
O congressista ressaltou ainda seu desejo de que haja na população brasileira o sentido de ser absolutamente capaz de construir uma grande nação. “Temos que dar a nossa contribuição para construir um estado uma sociedade melhor, mais justa e igualitária”, concluiu.
(Reportagem: Thábata Manhiça/ Foto: Alexssandro Loyola)
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