Indefinição sem fim
Tucano questiona ministro sobre paralisação de refinarias após investimento bilionário
A construção das refinarias Premium I e Premium II foi anunciada em 2010 e nos últimos cinco anos a população e os governos dos estados do Ceará e Maranhão investiram recursos para que elas fossem efetivamente construídas. Hoje, amargando prejuízos financeiros e frustração pelo fim do sonho, parlamentares representantes desses estados se reuniram para cobrar respostas do ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga.
O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) questionou a respeito da possibilidade de retomada das obras. Relator na Comissão Externa que analisa o cancelamento dessas duas refinarias, o tucano reiterou o estarrecimento da população dos estados do Ceará e Maranhão diante da paralisação das obras dessas refinarias. “É um total abandono e desrespeito com o povo do Nordeste”, criticou.
Mostrando recorte de jornais, destacou o estardalhaço feito pela própria presidente Dilma, que visitou os estados junto com ministros anunciando a continuidade e conclusão das obras. Ele ressaltou que os anúncios de construção e retomada de obras coincidiram com os diferentes períodos eleitorais.
DINHEIRO PERDIDO?
De acordo com Gomes de Matos, foram investidos R$ 2,6 bilhões nos dois empreendimentos, dos quais R$ 600 milhões no Ceará. “Foram R$ 22 milhões para estudo do terreno; R$ 160 milhões para consultoria e mais R$ 400 milhões para o projeto. A questão é: onde está esse projeto?”, cobrou o tucano. Ele ressaltou que os governos do Ceará e Maranhão entraram com contrapartida financeira.
Ele lembrou que após o cancelamento da construção da refinaria no município de Bacabeira (MA), quem apostou no investimento agora contabiliza prejuízo e frustração. “Quem vai cobrir o prejuízo. A Petrobras vai ressarcir o investimento feito pelos estados?”, indagou.
O ministro Eduardo Braga alegou que a decisão da Petrobras de cancelar a construção das refinarias teve motivos conjunturais. Ele citou a queda no preço do petróleo e a crise na estatal provocada pela Operação Lava Jato – que investiga irregularidades na estatal.
No entanto, admitiu que os projetos podem ser retomados no futuro. O ministro disse que o Brasil precisa ampliar o seu parque de refino para atender a demanda, que é crescente. “As circunstâncias conjunturais passam. As estruturais permanecem”, argumentou.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/Foto: Alexssandro Loyola)
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