Balcão de negócios

Para deputados, barganha conduzida por Dilma envolvendo Ministério da Saúde é vergonhosa

A atitude da presidente Dilma de entregar o comando do Ministério da Saúde e de outras pastas ao PMDB em troca de apoio político foi duramente criticada por deputados do PSDB. Em atitude desesperada, a petista promove uma reforma na Esplanada na tentativa de aprovar mais uma etapa do arrocho fiscal e tentar barrar o impeachment. 

Para o deputado Daniel Coelho (PE), esse “toma lá, dá cá” é inadmissível e representa uma vergonha para a democracia brasileira. “Enquanto o Brasil tiver discutindo o apoio parlamentar em troca de cargos e ministérios só estaremos colaborando com a corrupção”, disse o tucano em discurso inflamado na noite de terça-feira (23).

Segundo o parlamentar, esse tipo de prática precisa ser combatida.  No total, Dilma ofereceu cinco ministérios ao PMDB, inclusive o da Saúde, que tem o orçamento mais robusto da Esplanada. Além disso, é a área que mais preocupa os brasileiros. Sem se importar com isso, a presidente transforma a pasta em objeto de barganha.

“Precisamos discutir governabilidade, mas por meio de ideias e saídas para essa crise, e não com esse tipo de negociação. Se de forma republicana Dilma trabalhasse com esse tema teria apoio da população e do Congresso”, disse Daniel  ao defender a diminuição de ministérios e de cargos comissionados.

Segundo João Gualberto (BA), as barganhas são perversas e imorais. Assim como Daniel, reprovou o balcão de negócios envolvendo o principal ministério. “Em nome do seu projeto de manutenção do poder, o governo transforma a saúde da população em ‘moeda de troca’. Em qualquer administração pública a saúde é uma das mais importantes pastas e, em nenhuma hipótese, deveria estar na mesa de negociação”, afirmou.

De acordo com o parlamentar, é clara a falta de respeito, de comprometimento, de preocupação da administração petista com o povo brasileiro. “Infelizmente, se permanecermos nesse caminho, não vislumbro boas perspectivas para o futuro”, alertou.

(Da redação/ Fotos: Alexssandro Loyola)