Tempos difíceis
Para deputados, brasileiros estão pagando muito caro pelos erros de Dilma na economia
O custo da irresponsabilidade do governo do PT na condução da economia será sentido com ainda mais intensidade pelos brasileiros. Leniência, gastança e corrupção fazem parte da da receita que levou o país a uma complicada situação, na qual desemprego, inflação e juros nas alturas impactam de forma negativa o dia a dia dos cidadãos. Nesta segunda-feira (14), deputados do PSDB lamentam que o governo tenha permitido tal descontrole a ponto de o país perder o selo de bom pagamento. Os parlamentares alertam para um cenário preocupante no futuro próximo, no qual o Planalto tentará jogar nas costas da sociedade a conta pelos seus erros, em especial por meio do aumento de impostos.
RECESSÃO
Como se não bastasse a gravidade da atual situação, as previsões do mercado financeiro para o nível de atividade da economia pioraram para este ano e para 2016, segundo relatório Focus.De acordo com a última edição, o Produto Interno Bruto (PIB) terá retração de 2,55% em 2015 – foi a nona redução seguida. Se confirmado, será o pior resultado desde 1990. Para 2016, os economistas das instituições financeiras passaram a prever contração de 0,60% na economia do país. Caso o número se concretize, será a primeira que o país enfrentará queda por dois anos seguidos. A aferição começou a ser feita pelo IBGE em 1948.
“Houve total irresponsabilidade”, resumiu o deputado João Castelo (MA). O tucano, que está há mais de 40 anos na vida pública, diz nunca ter visto algo semelhante. “É estarrecedor, lamentável. O povo não merecia chegar a essa situação”, aponta o deputado. Segundo ele, o governo petista “não deveria ter feito as loucuras que fez todo esse tempo”.
O Boletim Focus também aponta que a inflação fechará o ano bem acima do teto estabelecido pelo próprio governo: 9,28%, o que representa o maior índice em 12 anos. Ao mesmo tempo em que a carestia bate à porta do brasileiro, os empregos desaparecem. Analistas estimam que o índice de desemprego feche o ano em 10% – mais que o dobro do ano anterior, quando fechou em 4,5%.
Para João Castelo, não há perspectiva de melhora com um governo incompetente e irresponsável à frente do país. Conforme destaca, as análises feitas pelo Boletim Focus costumam ser acertadas. Em sua avaliação, a tendência é que os cidadãos sofram ainda mais as consequências do desgoverno petista. Ou seja, a situação tende a piorar. “Ou há uma reação para limpar esse país e recuperá-lo, ou fica até difícil de prognosticar”, avalia.
Mesmo com a arrecadação de tributos maior que no ano passado, nada de concreto foi feito pelo governo. Nesta segunda-feira, o valor pago pelos brasileiros neste ano em impostos alcançou R$ 1,4 trilhão. A marca foi atingida 16 dias antes que em 2014.
O deputado Marco Tebaldi (SC) ressalta que só depois de jogar as contas no colo do cidadão, elevar tarifas e cortes nos direitos trabalhistas e sociais, o Palácio do Planalto resolveu estudar formas de reduzir gastos. Foi anunciado nesta segunda um corte de R$ 26 bi, insuficiente para cobrir o rombo no Orçamento de 2016, que é de R$ 30,5 bilhões. Haverá suspensão de concursos públicos, cortes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e adiamento do reajuste de servidores. O cidadão também pode se preparar para o aumento de tributos, com a temida volta da CPMF.
O tucano avalia que os ajustes feitos até o momento foram apenas paliativos. Em sua avaliação, o governo tem feito muito pouco para enfrentar uma crise tão grave “e o que fez não é suficiente para resolver e enfrentar o problema.”
EFEITOS DO REBAIXAMENTO
Depois que o Brasil foi rebaixado pela agência Standard & Poor’s, a fatura a ser paga pelos brasileiros aumentou. Analistas de mercado avaliam que o desemprego tende a subir e a renda da população sofrerá retração ainda maior. Os reiterados erros na política econômica conduzida pelo governo do PT levaram o país a perder o grau de investimento. Isso afugenta os investimentos estrangeiros, causando reações negativas em toda economia. A população que ascendeu à classe média não terá como manter o atual padrão.
“Entendo que a curto prazo as coisas vão piorar. Não vejo luz no fim do túnel com as medidas deste governo. É preciso algo mais profundo, inclusive com o governo cortando na própria carne”, ressalta Tebaldi.
Além de juros e dólar alto, que geram consequências em toda a economia, Tebaldi ressalta que a mais perversa das consequências da crise é a redução dos empregos. “Chegar a 10% é algo que não se imaginava, e vai passar disso. O cidadão está sofrendo por culpa exclusiva do governo, que não soube administrar o país”, alerta o deputado. Com o desemprego, as famílias acabam tendo que se submeter a situações difíceis, sendo que os mais pobres são ainda mais prejudicados.
NÚMEROS
2,55%
é a previsão de retração do PIB neste ano, segundo os economistas ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus.
9,28%
é a estimativa de inflação para 2015, também de acordo com as instituições financeiras ouvidas pelo BC. O percentual é bem acima do centro da meta (4,5%).
(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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