Tempo ruim


Para deputado, desconfiança de vice e declarações de empreiteiro sobre propina enfraquecem Dilma ainda mais

Nem o vice-presidente da República bota mais mais fé que Dilma chegue até o final do mandato. Pelo menos foi o que Michel Temer deixou transparecer ao afirmar que “com 7% de popularidade, de fato fica difícil passar de três anos”. Nesta sexta-feira (4), o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) avaliou a fala como uma demonstração de que a situação de Dilma está cada vez mais complicada. Para o tucano, mais grave ainda é o fato de estar cada vez mais evidente que a campanha da petista teria sido bancada com recursos de corrupção, como ficou evidenciado durante o depoimento do empreiteiro Ricardo Pessoa à Justiça nesta semana.

CONHECIMENTO DE CAUSA

 Durante encontro com empresários e ativistas de oposição em São Paulo, Temer disse que será difícil Dilma concluir o mandato caso a situação econômica e política não melhore até meados do ano que vem. “Hoje o índice é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo”, alertou o vice-presidente ao falar sobre a ampla reprovação popular do desempenho da petista, colocando em xeque a conclusão do mandato de Dilma e enfraquecendo ainda mais sua parceira de chapa.

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“Se ele, que convive todos os dias com ela, está dizendo isso é porque vê no dia a dia a falta de competência, de estabilidade, de compromisso e de transparência. E é isso que está gerando toda a dificuldade para que o país volte a desenvolver. Não é a toa que a população está na rua cobrando uma saída para o país, o que depende da saída dela”, observou Gomes de Matos.

CERCO SE FECHA

Como se não bastasse o próprio vice duvidar da conclusão do mandato, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, afirmou em depoimento à Justiça ter depositado dinheiro de propina da Petrobras diretamente na conta do PT. Segundo ele, os pagamentos, que começaram por volta de 2005, eram feitos depois que o então diretor de Serviços, Renato Duque, o encaminhava a João Vaccari Neto, tesoureiro do partido na época. Outra parte da propina era paga ao gerente Pedro Barusco, subordinado a Duque.

Para Gomes de Matos, isso é o que mais complica a situação de Dilma. pois se trata de crime eleitoral. O depoimento do empreiteiro endossa as ações do PSDB no TSE que pedem a cassação da chapa de Dilma e Temer por abuso de poder político e econômico.

O Ministério Público Federal quis saber se todas as empresas contratadas pela Petrobras recebiam a propina. Ricardo Pessoa explicou que o pagamento era considerado regra do jogo para as empresas. Questionado se ficava claro que a contribuição oficial ao PT era mesmo parte do acerto de propina o empreiteiro respondeu: “mais claro impossível”.

(Reportagem: Djan Moreno/Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

 

 

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4 setembro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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