Investigação

CPI dos Fundos de Pensão convoca José Dirceu, lobista e empreiteiro presos na Lava Jato

Com o apoio do PSDB, a CPI dos Fundos de Pensão aprovou nesta quinta-feira (3) a convocação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O petista, que está preso em Curitiba, terá que prestar depoimento na condição de testemunha ao colegiado. Foram convocados ainda o ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada e o lobista Milton Pascowitsch. Ambos também se encontram presos na carceragem da Polícia Federal na capital paranaense sob acusação de participação no esquema de corrupção da Petrobras, apurado pela Operação Lava Jato.

Entre diversos outros requerimentos aprovados pelo colegiado na reunião deliberativa desta quinta-feira, estão o que pede a convocação do ex-secretário de Previdência Complementar José Maria Rabelo, apresentado pelos deputados Pedro Cunha Lima (PB) e Rocha (AC). A convocação do do atual Superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), solicitada por Marcus Pestana (MG) e Nilson Leitão (MT), também foi aprovada.

A CPI também vai solicitar ao Juízo da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba/PR o compartilhamento de todo o material probatório colhido no âmbito da Operação Lava Jato que possa ter relação com eventuais crimes praticados em detrimento dos Fundos de Pensão, inclusive o contido em depoimentos prestados em regime de colaboração premiada já homologados. O pedido é de Pedro Cunha Lima.

Dirceu outra vez – A comissão fechou acordo para convocar José Dirceu depois que ele se negou a responder questionamentos de parlamentares na CPI da Petrobras, na segunda-feira (31). O petista, que foi preso por causa do mensalão no governo Lula e novamente detido por causa do Petrolão neste ano, aparece também por trás do esquema que levou os maiores fundos de pensão do país a amargarem um rombo bilionário.

Relatório divulgado na terça-feira pela PF aponta que a Jamp Engenheiros Associados, empresa do lobista Milton Pascowitch, fechou contratos que somam R$ 3,4 milhões com a Engevix, de Gerson Almada, relacionado ao levantamento de fundos de previdência e obtenção de recursos junto a fundos de pensão.

Pascowitch afirmou, em depoimento, que, em 2011, repassou R$ 1 milhão  à empresa JD Assessoria e Consultoria, que pertence ao petista. Além disso, teria pago despesas pessoais do ex-ministro e de seus familiares com dinheiro recolhido de contratos de fornecedores prestadores de serviços da Petrobras.

Os requerimentos de convocação de Dirceu, Almada e Pascowitch foram apresentados pelo deputado Paulo Azi (DEM-BA). O irmão de Milton, José Adolfo Pascowitch, também foi convocado. Ambos são apontados pelo Ministério Público Federal como operadores de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Zeca Ribeiro – Câmara dos Deputados)