Escândalo
Para Imbassahy, não restam duvidas de que Palácio do Planalto sabia do petrolão
O deputado Antonio Imbassahy (BA), vice-presidente da CPI da Petrobras, considerou de grande importância a sessão realizada na terça-feira (25) quando o colegiado promoveu uma acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, dois dos principais delatores da Operação Lava Jato.
Para o deputado, ficou evidenciado que o Palácio do Planalto tinha conhecimento do esquema de corrupção que saqueou a maior empresa brasileira. Imbassahy disse que um dos momentos mais importantes da sessão ocorreu quando Paulo Roberto afirmou que a responsabilidade pela compra desastrosa da Refinaria de Pasadena, que gerou prejuízo bilionário à companhia petrolífera brasileira, foi do Conselho de Administração da empresa, que à época era dirigido pela hoje presidente Dilma Rousseff.
“Destaco isso porque o Tribunal de Contas da União está identificando responsabilidades. Para mim, não restam mais dúvidas, ficou muito clara a responsabilidade da presidente Dilma nesse processo”, disse.
Outra fala ressaltada pelo parlamentar tucano foi a do doleiro Albert Yousseff ao reafirmar que, no seu entendimento, através do conhecimento das informações que detinha, o Palácio do Planalto sabia de todo o esquema do Petrolão. E mais, quando Yousseff citou o ex-presidente Lula, a presidente Dilma e alguns ministros como conhecedores do esquema.
Em resposta a Imbassahy, o doleiro disse que era possível perceber isso pelo que ouvia nas conversas e também porque Paulo Roberto Costa conseguia sinalizações do órgão máximo do Poder Executivo, e isso lhe dava mais segurança para seguir no processo.
“É inimaginável que ocorresse no governo uma movimentação de cifras tão vultosas sem que os governantes soubessem. Os dois contribuíram muito”, acrescentou.
Imbassahy também considerou de grande importância o fato de Yousseff ter informado sobre a existência de uma delação em curso, que esclarecerá sobre a articulação do ex-ministro Antonio Pallocci para a obtenção de dois milhões de reais de forma ilícita para financiar a campanha eleitoral de Dilma, em 2010.
“O mais impressionante é que não param de surgir novos fatos. A impressão que temos é de que isso não acaba nunca”, comentou.
O vice-presidente da CPI informou que na próxima segunda-feira o colegiado viajará para Curitiba (PR) para ouvir os presos mais recentes na Lava Jato, entre eles José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil . “Vamos aproveitar para promover novas acareações”, concluiu.
(Da assessoria do deputado/Foto: Alexssandro Loyola)
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