Crise sem fim


Lideranças tucanas apoiam Fernando Henrique em pedido de renúncia da presidente

Seguindo a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, lideranças tucanas avaliam que a renúncia da presidente Dilma Rousseff seja hoje a melhor maneira do país retomar o crescimento e a esperança do povo brasileiro. O secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), e o líder da Oposição na Câmara, Bruno Araújo (PE), afirmam que o país está sem liderança.

Silvio Torres se reuniu nesta terça-feira (18) com o comitê estratégico do PSDB para definir ações da oposição após as manifestações do último domingo (16) por todo o Brasil. Torres ressalta que essa opinião é ampla e o PSDB está unido na luta contra a crise atual que o Brasil enfrenta. “Vamos lutar para tirar o país dessa situação que o governo deixou. Nosso papel é fazer literalmente uma oposição a favor: cobrar explicações, lutar pelas investigações e apresentar ações construtivas, recuperar e tirar o Brasil do fundo do poço”, disse Torres.

Para milhares de brasileiros, o governo petista já acabou, destacou da tribuna Bruno Araújo. Pela primeira vez na história do país, a renúncia é defendida por um ex-presidente. “E FHC o faz com compreensão sociológica, com a clareza de que a presidente perdeu a legitimidade de governar”, completou.  A falta de liderança tem levado à descrença da população, que saiu às ruas no domingo. “Temos uma presidência com a cadeira desocupada”, frisou.

Em uma postagem em seu perfil no Facebook, FHC avaliou que os protestos de domingo mostram a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo. “Falta-lhe a base moral, que foi corroída pelas falcatruas do lulopetismo. Com a metáfora do boneco vestido de presidiário, a Presidente, mesmo que pessoalmente possa se salvaguardar, sofre contaminação dos malfeitos de seu patrono e vai perdendo condições de governar”, alertou o experiente político.

“Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lavajato”, completou o ex-presidente.  

Questionado pela imprensa nesta terça-feira, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, lembrou que a renúncia é um ato unilateral e não depende de uma iniciativa do PSDB. “Na verdade, o que o presidente fez foi expressar um sentimento que ele, como um homem público absolutamente digno e responsável, colhe de tudo o que ele está vendo, de tudo o que está percebendo. Ele considera que a renúncia talvez seja o menos traumático dos processos. E está também na mesa para ser discutido. Não sei se, pelas respostas que ouvi hoje, o governo teria essa grandeza”, apontou Aécio. 

Para o senador, o que o presidente Fernando Henrique disse é o que está no sentimento e na alma não apenas dos tucanos, mas de milhões de brasileiros. 

Reunião com juristas – Aécio disse ainda que os líderes da oposição e de setores do PMDB se reunirão nos próximos dias com juristas para discutir a grave crise de governabilidade que paralisa o Brasil. Em entrevista no Senado, Aécio Neves ressaltou que oposição seguirá agindo de acordo com as regras constitucionais e em defesa dos interesses da sociedade representada nas ações que estão sob julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

(Da redação, com informações da assessoria do deputado Silvio Torres, com alterações)

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18 agosto, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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