E agora?, por Domingos Sávio
O Ministério Público de Minas Gerais pediu o arquivamento da investigação sobre a obra de construção do aeródromo no município de Cláudio, após atestar a sua regularidade, apontando a inexistência de prática de improbidade, superfaturamento ou benefício a familiares do ex-governador Aécio Neves.
Decisão semelhante já havia sido tomada anteriormente pela instituição e pela Procuradoria Geral da República, ao arquivar representação criminal apresentada pelo PT sobre o assunto. No ano passado, durante as eleições, o senador foi intensamente questionado por essa injusta acusação. Só nesta Folha o tema foi mencionado cerca de 80 vezes em apenas quatro meses.
É claro, portanto, que todos de alguma forma conhecem a versão da ficção segundo a qual Aécio teria utilizado recursos públicos para construir um aeroporto na fazenda de um tio-avô. Seria, sem dúvida, um absurdo que justificaria a intensidade da repercussão que o assunto alcançou. Seria, se fosse verdade. Não é. Nunca foi.
Sejamos francos: na realidade, milhões de brasileiros que conheceram a falsa acusação feita e explorada ferozmente por adversários políticos não tomarão conhecimento do resultado das investigações.
Em razão da limitação do espaço, faço um breve resumo dos principais pontos da polêmica: no governo de Aécio foram feitas melhorias em cerca de 30 aeroportos de Minas. Uma delas foi em Cláudio. Para economizar, escolheu-se o local onde já existia uma antiga pista de pouso, situada em área pertencente a um tio-avô de Aécio.
A licitação da obra só foi realizada após a desapropriação da área em favor do Estado. Ou seja, a obra foi construída em área pública, cuja posse já pertencia definitivamente ao Estado. Pouca gente parece ter notado que, quando a obra ficou pronta –e com ela o tal portão tratado como suposta prova da irregularidade do aeroporto– Aécio já não era sequer governador do Estado!
Além disso, à época das reportagens, a gestão do aeroporto já havia sido transferida ao município, ou seja, ele não guardava relação com o Estado. As chaves ficavam sob a guarda do prefeito da cidade.
Documento de 2003, da Federação da Indústria de Minas, com apoio do Ministério do Desenvolvimento (governo Lula), qualificava o aeroporto como de importância estratégica para a região, maior polo de fundições da América Latina.
Chegou-se a insinuar que a desapropriação da área teria sido um artifício para beneficiar o antigo proprietário em função de pendência judicial envolvendo a construção da pista de pouso anterior, na década de 80. Como, se foi a própria ação de desapropriação, movida pela administração Aécio que, com absoluta transparência, informou à Justiça que a área estava bloqueada?
Como consequência, o valor da indenização que caberia ao antigo proprietário foi bloqueado em substituição às terras. Recentemente, em função da idade avançada (90 anos), o antigo proprietário fez acordo judicial com objetivo de encerrar a pendência que se arrastava há 15 anos, sem previsão de término.
Como prevê a lei, usou parte dos recursos bloqueados para pagar a dívida com o Estado, recebendo apenas o restante. Como não aceitou o valor de indenização fixado pelo poder público à época, considerando-o baixo, o ex-proprietário discute a questão na Justiça. Tudo como ocorre diariamente em inúmeras situações análogas no país.
Foram várias as imprecisões com que o assunto foi tratado. Registro apenas uma, as reportagens publicadas em 22 de outubro, a quatro dias das eleições. Naquele dia, os principais jornais do país noticiaram com destaque que, em função da obra, o Ministério Público Federal em Minas abria uma investigação de improbidade administrativa contra Aécio.
Não era verdade, como a própria instituição esclareceu logo após as eleições. A pergunta que fica: E agora? Como repor os fatos e reparar prejuízos tão danosos?
De uma coisa estou certo, mesmo que essa informação não alcance todos que foram impactados pela falsa acusação, o senador Aécio, cioso que é dos atos que praticou, e da sua própria biografia, deve estar dormindo tranquilo. Seus adversários, nem tanto.
Fez-se justiça.
(*) O deputado Domingos Sávio é o presidente do PSDB-MG. Artigo publicado na “Folha de S.Paulo” em 16/8.
O PSDB PRECISA VEICULAR ESTA INFORMAÇÃO EM COMERCIAL NA TV E TAMBÉM NA FORMA DO HORÁRIO POLITICO DO PSDB !!!1
Aécio deveria pedir uma indenização do PT por esta difamação que contribuiu em muito para que Dilma vencesse as eleições, pois mentiras como estas se propagaram no Brasil pelo PT> E também do PCDOB LEMBRAM QUANDO NO DEBATE DA GLOBO A SRA. MARIA DO ROSÁRIO USOU DESTA CALUNIA PARA CONDENAR O AÉCIO ? O que estão esperando entrem com ação contra esta maria do Rosário e o partido dela pois o prejuízo do Aécio e o do PSDB foi incalculável.