Incompetência

Dilma não conseguirá reverter crise econômica, alerta líder do PSDB na Câmara

A presidente Dilma reconhece publicamente sua incompetência ao delegar funções essenciais de governo, afirmou da tribuna o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP). Depois de entregar a economia nas mãos do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a articulação política ao vice-presidente Michel Temer, a petista surpreende o país ao se aproximar do presidente do Senado, Renan Calheiros. “Quem veio se desfazendo desde que assumiu não foi a oposição, foi justamente o governo”, disse.

“Ela delega a missão de apresentar uma pauta positiva. Veja a que ponto chegamos. Dilma reconhece sua total falta de preparo para conduzir o país por um caminho seguro que traga tranquilidade à nação”, afirmou o tucano. Sem autoridade moral para dialogar com o Congresso Nacional, a presidente perde o controle do trabalho.

Há menos de um mês, Renan Calheiros demoveu matéria proposta por Dilma e colocou em pauta o aumento de servidores, duas ações que contrariaram a presidente. Passados alguns dias, o jogo se inverte e o peemedebista passa a defender o ajuste fiscal proposto pela petista. “Para se livrar do julgamento das contas no TCU, ela fez um afago a Renan. Ele era seu inimigo número 1, e hoje é amigo”, alertou Sampaio.

A presidente pode até contornar semanalmente a crise política, mas não corrigirá tão cedo o baque econômico, destacou Sampaio. “Não há perspectiva de Dilma trazer uma notícia boa ao país. O brasileiro conhece as dificuldades que tem enfrentado no dia a dia”, completou.

Até o ex-presidente Lula entrou na história para dizer que “não é justo” o que tem sido feito com Dilma. Ele alega que ela não pode ser cobrada após seis meses de mandato, esquecendo-se dos quatro anos do mandato anterior e do total de 13 anos da gestão petista. A presidente não pode ser vista como vítima, frisou o líder tucano. “A população brasileira é a vítima desse governo desastroso e corrupto. Dilma não é vítima, é a responsável pela situação”, disse.

O líder convocou mais uma vez a população a ir às ruas no próximo domingo (16) participar das manifestações contra o governo Dilma. Há protestos previstos em 240 cidades, segundo o último levantamento do “Vem pra Rua”.

ONDE ESTÁ A CALÚNIA?
O líder retornou à tribuna para rebater as acusações do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) de que o tucano teria citado mentiras no pronunciamento. Sampaio listou alguns dos fatos classificados de “falsos” pelo petista: as prisões de Dirceu por envolvimento no mensalão e no petrolão, e a prisão do ex-tesoureiro João Vaccari Neto. “Onde está a calúnia?”, questionou o tucano.

Sampaio ressaltou ainda dois depoimentos de delação premiada que aproximam os caciques petistas do escândalo do petrolão. O lobista Milton Pascowitch afirmou à Polícia Federal que fez pagamentos de R$ 10 milhões em espécie na sede do PT, em São Paulo. O dono da UTC, por sua vez, afirmou ter doado R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma em 2014 após ser pressionado.

O tucano fez um agradecimento ao PT por ter usado sua imagem no programa eleitoral como um dos inimigos do governo. “Quem é inimigo deste governo é amigo do país”, completou.

 (Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)