Turbulência política


Para deputados, agosto deve trazer mais desgosto para a presidente Dilma Rousseff

O mês de agosto não será fácil para o governo da presidente Dilma. A petista terá que enfrentar duros embates com a sociedade e o Congresso Nacional. Deputados do PSDB destacaram nesta segunda-feira (3) que, além do avanço nas investigações da Operação Lava Jato, novas CPIs – como Raimundo Matos - AbiAckel - Haulya do BNDES – irão tirar o sono da petista. Ainda neste mês será concluída a apreciação das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e está marcada uma grande manifestação para o dia 16, quando milhares de brasileiros devem voltar às ruas para protestar contra Dilma.

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) lembrou que agosto é considerado o mês do desgosto na política brasileira devido a acontecimentos trágicos ocorridos no período. O suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros e morte de Juscelino Kubitschek são alguns deles. Também foi em agosto que os caras-pintadas pediram o impeachment de Collor e, mais recentemente, o ex-governador de Pernambuco e então presidenciável Eduardo Campos morreu aos 49 anos vítima de um acidente aéreo.

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CERCO SE FECHA – Neste ano, o clima é angustiante, especialmente para Dilma, que vê o cerco se fechando contra ela. Fora a abertura de novas CPIs que podem abalar ainda mais a gestão da petista, o Congresso pode aprovar medidas que a contrariam.

“Existe um estigma de que agosto é o mês do desgosto. O fato é que será um mês turbulento em virtude de todas essas matérias que nós iremos analisar e de tudo que está acontecendo”, avalia Raimundo Matos, ao discordar de que exista uma “pauta-bomba” preparada no Congresso. Segundo ele, a bomba quem armou foi a própria Dilma com uma gestão incompetente e conivente com a corrupção.

O tucano afirma que o Parlamento terá que dar a resposta exigida pela população. “Neste mês de agosto existe a necessidade de nós nos mobilizarmos para passar o Brasil a limpo”, disse. Em sua opinião, as novas investigações devem complicar ainda mais a situação do governo. O tucano acredita que o TCU vai reprovar as contas. “Houve uma irresponsabilidade no momento em que ela não cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, com as pedaladas fiscais. Então, se existem culpados, todos têm que pagar”, alertou.

Em entrevista ao jornal “O Tempo”, o deputado Paulo Abi-Ackel (MG) disse acreditar que a temperatura na Câmara vai subir. “É imprevisível o que pode acontecer, mas a única certeza que tenho é que teremos um período de grande turbulência política”, afirma o tucano, citando os processos de Dilma no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a análise do TCU.

Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PR), mais complicada que a situação de Dilma está a dos cidadãos, prejudicados pelo ajuste fiscal, a inflação e o desemprego. “Para o povo brasileiro o mês de agosto está de ponta-cabeça, um mês dos mais difíceis da história. Dizem que é o mês do cachorro louco e acho que é isso mesmo”, afirmou.

Na avaliação do tucano, a presidente da República enfrenta tantas dificuldades por causa de sua própria incompetência e dos erros iniciados ainda com o presidente Lula. “Ela é a responsável pelo empobrecimento do povo e por roubar a esperança de crescimento do país. Hoje não vejo saída para a presidente Dilma. Para continuar no cargo ela teria que tomar medidas radicais, inclusive romper com o seu partido, mas não fez isso e nem vai fazer”, concluiu o tucano.

(Reportagem: Djan Moreno/ Áudio: Kim Maia)

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3 agosto, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Turbulência política”

  1. Hermeval Carlos Zanoni disse:

    É justo que pequenos empresários, pessoas que trocaram emprego por optar em estabelecer pequena firma individual, tenham colocado aí sua pequena poupança, se vejam agora compelidos a encerrar suas atividades em razão de uma crise que não tem a mínima razão de existir,perdendo o pouco que conseguiram amealhar ao longo de anos de serviço? É justo ter de amargar pagar os juros extorsivos que deverá pagar se recorrer ao sistema bancário para suprir suas necessidades? É justo que o governo use o BNDES para ajudar países governados por corruptos, déspotas, sanguinários, quando não canibais, e não estabeleça linha de crédito no citado banco, com juros facilitados para enfrentar a esdruxula situação criada pelo próprio governo, por incompetência? Ou será pela má fé? Ou ainda pela ganância do roubo? É justo que o Congresso não adote medida legal para dar um fim a este pesadelo? Pq não o faz? Por também estarem seus membros se locupletando das “vantagens” que este caos oficial vem proporcionando a todos (eles)?
    Até quando? O Presidencialismo não concede carta de alforria ao eleito, no dizer de que foi eleito pelo povo. Pois por ter sido eleito pelo povo é que está a razão de ser da aplicação de medidas necessária e sempre rápidas, para evitar que o mal se volte contra quem elegeu. O mandato é concedido para o bem, produzir o bem estar social, fazendo retornar à sociedade, os impostos que paga em seu benefício (de todos) e não de meia dúzia que se locupleta, como se estivessem blindados em suas estrepolias públicas.

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