Sala de aula


Artigo publicado na “Folha de S.Paulo” destaca projeto de Rogério Marinho contra assédio ideológico

Rogério Marinho no plenárioCombater a ideologização em sala de aula é censura? Não. Quem responde é o advogado Miguel Nagib, coordenador do movimento Escola sem Partido, em artigo publicado nesse sábado (18) na “Folha de S.Paulo”. No texto, ele destaca o projeto que criminaliza o assédio ideológico no ensino brasileiro, apresentado pelo deputado Rogério Marinho (RN) em tramitação na Câmara.

“Censura é cerceamento à liberdade de expressão. Ocorre que não existe liberdade de expressão no exercício estrito da atividade docente. Se existisse, o professor não seria obrigado a transmitir aos alunos o conteúdo de sua disciplina: poderia usar suas aulas falando sobre futebol e novela. Também não existe liberdade de expressão quando a pessoa se dirige a indivíduos que são obrigados a escutá-la, como os alunos numa sala de aula. O que a Carta Magna assegura ao professor é a liberdade de ensinar. Essa liberdade, porém, não confere ao professor o direito de abusar do seu cargo e da audiência cativa dos alunos para promover suas convicções políticas e ideológicas.”, diz Nagib no artigo.

Ainda de acordo com o advogado, “a ideologização em sala de aula é uma prática tão reprovável, de consequências tão danosas para a educação e para a democracia, que muitos se perguntam se não deveria ser definida como crime. Expressando esse sentimento, Rogério Marinho apresentou este ano projeto de lei que propõe a criminalização do assédio ideológico. Como se vê, chegou a hora de tratarmos deste assunto”.

Na proposta, o tucano defende o fim da doutrinação ideológica em sala de aula. Para o parlamentar, “é preciso defender a liberdade de aprender. Nossa intenção é que esse debate saia debaixo do tapete. A questão do assédio ideológico deturpa o processo educacional brasileiro e acho sim que hoje é uma prática pedagógica”. Também por iniciativa do tucano, a Câmara realizará audiência pública para debater o tema na Comissão de Educação da Casa.

Segundo o coordenador do movimento Escola sem Partido, cabe ao professor “não abusar da audiência cativa dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para essa ou aquela corrente ideológica, política ou partidária. Não favorecer nem prejudicar os alunos em razão das suas convicções políticas, ideológicas, religiosas ou morais. Não fazer propaganda político-partidária em sala de aula. Ao tratar de questões controvertidas, apresentar aos alunos, de forma justa, as principais teorias, versões e perspectivas concorrentes. Respeitar o direito dos pais dos alunos sobre a educação moral dos seus filhos”.

Nagib acredita que a prática do assédio ideológico, “além de violar a liberdade de consciência dos alunos, ofende o princípio constitucional da neutralidade política e ideológica do Estado –que impede o uso da máquina pública em benefício desse ou daquele partido ou ideologia– e afronta a democracia, já que visa a desequilibrar o jogo político em favor de um dos competidores”.

Confira o artigo na íntegra.

(Da assessoria do deputado/ Foto: Alexssandro Loyola)

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20 julho, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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