País acolhedor


Em audiência para debater entrada de imigrantes, Rocha alerta para suspeita de superfaturamento no Acre

 

Rocha

Segundo deputado Rocha, cerca de 30 mil imigrantes entraram pelo Acre desde 2010. 

Presidida pelo deputado Rocha (AC), audiência pública promovida nesta quinta-feira (16) pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional e a de Direitos Humanos e Minorias debateu a entrada de haitianos e demais imigrantes pela fronteira, sobretudo do Acre . Segundo o tucano, um dos proponentes da sessão, esta é uma questão que precisa ser analisada com prioridade, principalmente em seu estado, que nos últimos anos registrou  crescimento expressivo de imigrantes. Segundo o parlamentar, no Acre existem suspeitas de superfaturamento na hospedagem, alimentação e no transporte pelo governo estadual, que custeia boa parte desses itens.

PAÍS ACOLHEDOR – “O Brasil tem o sangue acolhedor. Mas não podemos permitir que coiotes oficiais vivam às custas de quem já sofre demais para chegar ao país”, avaliou. A situação já foi levada ao Ministério Público Federal e será instaurado inquérito policial pela Policia Federal. De acordo com o congressista, o que atrai os estrangeiros ao Brasil é sua tradição de acolher a todos. Além disso, eles encontrarem no país e nos brasileiros um porto seguro. Conforme apontou, o Acre tem municípios com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país e, ainda assim,conseguiu receber uma grande leva de imigrantes.

O estado, mesmo com poucos recursos e com situação precária, acolheu todos os estrangeiros que chegaram às fronteiras, ressaltou. Segundo o parlamentar, desde 2010 cerca mais de 30 mil imigrantes chegaram ao Brasil passando pelo Acre. O tucano também fez um alerta: “o Estatuto do Estrangeiro está ultrapassado”. Para ele, por muito tempo o Congresso se omitiu em reformular a legislação sobre a questão. 

O debate contou com a participação do secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Beto Vasconcelos; da coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, Erradicação do Trabalho Escravo e Refúgio da secretaria estadual de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, Juliana Felicidade Armede; e o delegado do departamento de Inteligência da Polícia Civil  da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, Maurício Correali.

A imigrante haitiana Nadine Talleis também participou do debate e destacou as dificuldades para se conseguir um visto e os problemas e barreiras encontrados ao permanecer no Brasil sem ele. Já Juliana Felicidade destacou que todos os gastos e investimento com o setor, em São Paulo, são financiados integralmente pelo estado.

De acordo com o representante do Ministério da Justiça, o volume de recursos, somando a atuação de outros ministérios, é de cerca de R$ 25 milhões. Em sua fala, ele apontou ainda que, por meio de resolução, os vistos humanitários deixaram de ser limitados, e que casos como o de Talleis serão solucionados o mais rápido possível.

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Foto: Alexssandro Loyola)

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16 julho, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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