Não convenceu


Tucanos contestam alegações de advogado-geral da União sobre “pedaladas fiscais” de Dilma 

Para tucanos, houve sim crime de responsabilidade por parte da presidente.

Para tucanos, houve sim crime de responsabilidade por parte da presidente.

Em audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação, de Fiscalização Financeira e Controle, e Mista de Orçamento (CMO), os deputados Vanderlei Macris (SP) e Izalci (DF) discordaram das explicações para as chamadas “pedaladas fiscais” dadas pelo advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams. Diferentemente do que alegou Adams, os tucanos acreditam que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade ao atrasar o repasse de recursos do Tesouro Nacional para o pagamento de benefícios obrigatórios por parte de bancos públicos.  

Na mira do TCU – Um dos requerentes da audiência pública, Macris lembrou que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é clara: “É proibida a operação de crédito entre a instituição financeira estatal e o ente da federação que o controla na condição de beneficiado de crédito”, citou, ao declarar que esse tipo de manobra ocorreu em anos como 2013 e 2014. “Há uma constatação clara que o governo errou e a presidente cometeu sim crime de responsabilidade. Esse é meu entendimento e  também de muitos economistas e de pessoas que entendem bem desse tema”, disse.

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Durante a audiência, Adams alegou que o governo não cometeu nenhuma irregularidade nas manobras fiscais adotadas pela equipe econômica, em especial os atrasos nos repasses de recursos a bancos públicos federais. Segundo ele, as operações feitas pelo governo não podem ser caracterizadas como operações de crédito, o que é proibido pela LRF, como lembrou Macris e como tem sinalizado o Tribunal de Contas da União (TCU). No dia 17 de junho, o tribunal deu 30 dias para que a presidente Dilma explique as irregularidades.

Diante da proximidade do julgamento das contas do governo pela corte de contas, os deputados afirmam que o Planalto tem tentado apresentar sua defesa. Mas, de acordo com os tucanos, os argumentos apresentados até agora não convencem. “O governo já começa a se movimentar certo de que o TCU vai dar um parecer contrário”, ressaltou Macris. “Já procura outras alternativas para tentar se safar de algo sério, que será a rejeição das contas públicas”, completou.

Já Izalci ressaltou que as consequências das manobras contábeis feitas pelo governo Dilma têm sido nefastas para a economia brasileira e atingem todos os setores. Em tom crítico às declarações de Adams, Izalci disse que é inegável que houve irregularidade nas práticas do governo.   “Por isso vou continuar lutando para que a AGU possa defender o Estado, e não defender governos, como vejo hoje aqui essa posição”, disse.

Os deputados reagiram a críticas infundadas feitas pelo deputado Silvio Costa (PSC-PE), que fez defesa enfática do governo e acusou a oposição de forma truculenta. “O senhor fez um bom trabalho aqui defendendo seu governo. Agora vá lá cobrar a fatura que eles lhe pagarão”, rebateu Macris.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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14 julho, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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