Fala vergonhosa

Para João Gualberto, Sérgio Moro acertou ao rebater declarações de Dilma sobre delação e delatores

Integrante da CPI da Petrobras, o deputado João Gualberto (BA) afirmou nesta quinta-feira (9) que a presidente Dilma não só ofende o Supremo Tribunal Federal como a população brasileira ao fazer críticas a delatores e delações premiadas da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Em ofício, o juiz Sérgio Moro, responsável pela operação, criticou as declarações da petista e a comparação feita por ela de que os delatores eram como os presos da ditadura militar.

De acordo com Moro, as afirmações da presidente foram ofensivas ao STF, que homologou os acordos. Segundo ele, as equiparações feitas por ela entre “prisão cautelar” e “tortura” e entre “criminosos colaboradores” e “traidores da pátria” foram inapropriadas e sequer devem ser consideradas. Para Gualberto, o juiz tem razão ao rebater tais declarações, que “chegam a ser vergonhosas”.

“É até vergonhoso ouvir o que tem dito a presidente Dilma. Ela sancionou a lei da delação premiada e agora ela mesma diz que não respeita delator. É no mínimo uma incoerência muito grande e uma falta de bom senso. Comparar com tortura na ditadura mostra que ela realmente está desconectada da realidade, não só na economia, como já sabíamos, como também da política”, rechaçou o tucano.

Gualberto avalia que Dilma tem sido vítima de si própria e de seu governo, e isso tem causado a ela transtornos que já atingem seus discursos. As colocações feitas pela chefe do Executivo em relação aos delatores da Lava-Jato são apenas uma demonstração de que a petista não pode ser levada a sério.

“Não só isso, mas muita coisa do que a presidente tem falado tem que ser desconsiderada pelo povo brasileiro. A presidente está passando por um momento de reflexão da vida dela, por tantas mentiras que falou em 2014. Por isso está atordoada e falando coisas sem sentindo. Não vale a pena nem repetir o que ela tem dito”, concluiu.

 (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)