Agressão à inteligência


Tucanos criticam Dilma por tentar desqualificar delação premiada de empreiteiro

Parlamentares do PSDB protestaram contra a declaração da presidente Dilma sobre a delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa. Em entrevista nos Estados Unidos, a petista disse: “Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é”.  Em delação premiada, o dono da UTC relatou que a roubalheira beneficiou a campanha à reeleição de Dilma. Ele confessou ter pago propina para fazer negócios com a Petrobras e afirmou ter feito doações eleitorais a políticos para não perder contratos na estatal. A UTC deu R$ 7,5 milhões para a campanha da petista.

Para desqualificar o instrumento da delação premiada, Dilma apontou que durante a ditatura militar as delações eram obtidas sob tortura. Sobre o assunto, o deputado Bruno Araújo (PE) destacou em seu Twitter: “Dilma, não confunda… Dedo-duro entregava as pessoas que lutavam por liberdade durante a ditadura. Delator entrega, amparado por lei, os criminosos em uma democracia”.

“Fora das faculdades mentais?  Essa declaração de Dilma é uma desesperada tentativa de desqualificar a operação Lava Jato. Dilma não se refere apenas a Ricardo Pessoa, mas a todas as delações, ‘colaborações premiadas’, instrumento contido na Lei 12.850 que ela própria sancionou. Uma agressão à inteligência dos brasileiros”, criticou Antonio Imbassahy (BA) em sua página no Facebook.

Conveniência

Em seu Instagram, Caio Narcio (MG) apontou a incoerência da petista. Ela se lembra da ditadura quando lhe é conveniente, mas esquece quando apoia regimes opressores como o da Venezuela. “Quando diz que não respeita o delator, deveria não respeitar também quando ele ajudou a pagar a conta da sua campanha oficial, com R$ 7,5 milhões. Se ela não o respeita, por que aceitou suas doações?”, questionou.

De acordo com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ou a presidente não está raciocinando adequadamente ou acredita que pode continuar a zombar da inteligência dos brasileiros. “A presidente chega ao acinte de comparar uma delação feita, dentro das regras de um sistema democrático, para denunciar criminosos que assaltaram os cofres públicos e recursos pertencentes aos brasileiros, com a pressão que ela sofreu durante a ditadura para delatar seus companheiros de luta pela democracia”, disse.

Em seu pronunciamento sobre a delação, Dilma ainda destacou: “Jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou sobre minha campanha qualquer irregularidade”.

(Reportagem: Thábata Manhiça)

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30 junho, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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