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Oposição apresenta série de ações contra Dilma após agravamento da crise que atinge governo

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De acordo com Aécio, delação de Ricardo Pessoa deixa evidente uma clara chantagem do PT ao empreiteiro. Reunião das lideranças da oposição ocorreu  no gabinete do senador.

Diante do agravamento da crise política e de novas denúncias que vieram à tona, a oposição apresentou nesta terça-feira (30) uma série de ações contra Dilma. “A presidente perde a cada dia as condições de governabilidade. Reitero o que disse na segunda-feira: ela não está bem e é preciso que nós, enquanto oposição, tomemos as medidas necessárias para proteger o país e a verdade”, destacou o senador Aécio Neves (MG), que recebeu em seu gabinete lideranças do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade, inclusive os deputados tucanos Carlos Sampaio (SP), Nilson Leitão (MT) e Bruno Araújo (PE).

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Crime de extorsão – Diante das revelações trazidas pela divulgação do conteúdo da delação premiada do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, foi entregue à tarde uma representação na Procuradoria Geral da República pelo crime de extorsão contra a própria presidente da República e o então tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva. De acordo com Aécio, a delação deixa clara que houve uma chantagem explícita: a continuidade das obras da UTC com o governo dependia de mais doações ao PT. 

“O senhor tem obras no governo e na Petrobras. O senhor quer continuar tendo?”, teria perguntado Edinho em um encontro, segundo a delação premiada. De acordo com o Pessoa, foi com a verba desviada da Petrobras que a UTC doou dinheiro às campanhas de Lula em 2006 e Dilma em 2014. Diante disso, a avaliação da oposição é a de que os repasses de R$ 7,5 milhões feitas pela empreiteira à campanha presidencial do PT em 2014 foram fruto de grave ameaça realizada pelo então tesoureiro da campanha de Dilma.

Pedaladas continuam – Uma outra medida é uma representação ao Tribunal de Contas da União denunciando que as chamadas “pedaladas fiscais” continuaram em 2015. A oposição quer que as manobras sejam investigadas junto com as contas de 2014, que estão em análise pelo TCU. De acordo com Aécio, as infrações à Lei de Responsabilidade Fiscal prosseguem: de acordo com reportagem da “Folha de S.Paulo” do último dia 22, as pedaladas com bancos estatais continuam: o Tesouro ampliou em R$ 2 bilhões a dívida com Caixa e BB devido a um represamento de repasse para programas sociais.

Além disso, a oposição quer o compartilhamento da íntegra da delação premiada com Tribunal Superior Eleitoral, que julga a existência de dinheiro oriundo da propina da Petrobras na campanha. Em 18 de dezembro o deputado Carlos Sampaio, na condição de coordenador jurídico nacional do PSDB, protocolou no TSE um pedido de cassação do registro de candidatura de Dilma por abuso de poder político e econômico.

Já naquela ação o partido citou a campanha milionária que superou a soma das despesas de todos os demais candidatos e o recebimento de doações de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas, o que caracterizaria o abuso de poder econômico. A delação de Ricardo Pessoa coloca a origem desses repasses sob forte suspeita.

Impeachment e “pixuleco” – Questionado sobre a defesa feita por alguns parlamentares sobre novo pedido de impeachment, Aécio disse que essa não é uma palavra proibida, mas avaliou que as ações anunciadas são o passo a ser dado neste momento. De acordo com o tucano, tudo está sendo feito com cautela e responsabilidade.

O presidente nacional do PSDB voltou a criticar o que classificou de “declarações absolutamente incompreensíveis” de Dilma nos EUA. Para o tucano, a fala de ontem foi constrangedora. “Em uma visita de Estado aos EUA ela dá declarações absolutamente desconexas ao considerar que uma delação dentro da lei para punir criminosos que assaltaram cofres públicos pode ser comparada com uma eventual delação para expor companheiros da luta democrática”, apontou ao se referir à referência feita pela petista sobre a atuação de militantes contra a ditadura militar.

“É importante que alguém diga para a presidente da República que o que está sendo investigado não são as doações legais a vários partidos, mas um achaque”, reforçou. O senador lembrou o termo “pixuleco”, que seria usado pelo então tesoureiro petista João Vaccari Neto para se referir à propina cobrada da empreiteira. “Ela tem que responder a isso. Não é possível que ela continue querendo zombar da inteligência dos brasileiros”, concluiu.

(Reportagem: Marcos Côrtes/ Foto: Alexssandro Loyola)

TEXTO ATUALIZADO ÀS 19h20

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30 junho, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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