Crise política


Cerco está cada mais vez mais se fechando sobre Dilma e seu governo, avaliam tucanos 

Mosaico IIA crise subiu a rampa do Planalto com a delação premiada de Ricardo Pessoa, engenheiro da construtora UTC e tido como “chefão” do grupo de empreiteiras que movimentou bilhões em propina, surrupiados especialmente da Petrobras. O executivo relatou encontros em que discutiu contribuições políticas com atuais ministros do governo Dilma e tesoureiros petistas, reforçando as suspeitas de que as campanhas do PT foram financiadas com recursos de origem ilícita, fruto de contratos mantidos por grandes empreiteiras com estatais. Parlamentares do PSDB alertam que o cerco está se fechando para a presidente da República e avaliam que a situação dela é cada vez mais complicada. 

Dinheiro sujo – Pessoa afirmou ter repassado R$ 3,6 milhões em caixa dois para o então tesoureiro da campanha de Dilma em 2010, José de Filippi, e para o ex-tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto. Aloizio Mercadante, atual ministro-chefe da Casa Civil e candidato derrotado ao Governo de São Paulo em 2010, foi citado no depoimento, assim como o atual secretário de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva. Haveria, inclusive, uma planilha entregue as investigadores intitulada “pagamentos ao PT por caixa dois”.

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Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (29), o líder em exercício da bancada do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), disse que a delação atinge diretamente o que chamou de “esquema da quadrilha montada para assaltar a Petrobras”, alcançando diretamente o Palácio do Planalto e  tesoureiros do PT. “Essa quadrilha instalada trouxe grandes empresas brasileiras para um sistema que o PT inventou:  ‘querem trabalhar para o governo, me paguem’, em uma espécie de pedágio”, reprovou. Para o tucano, a revelação das declarações aumenta a instabilidade para Dilma, que já não tem mais o que explicar. 

Já o deputado Carlos Sampaio (SP) se manifestou sobre as revelações por meio de seu perfil no Facebook. Para ele, a delação de pessoa complica ainda mais a situação da presidente da República. “Eu sempre disse que os fatos levavam à conclusão de que Dilma foi eleita com recursos espúrios, frutos da corrupção de seu governo e da Petrobras! Eis aqui a prova que faltava!”, escreveu o líder da bancada em 2015. 

Por sua vez, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), acredita que a delação de Pessoa, somada ao julgamento das contas de 2014 do governo pelo Tribunal de Contas da União, complica a situação da presidente Dilma.  “O cerco é cada vez maior. E, como diz aquela expressão erga omnes usada numa operação pela Polícia Federal, mais do que nunca, a lei é para todos. Quem cometeu os delitos, vai ter que responder por eles”, disse Aécio em entrevista à “Folha de S.Paulo”.

 O vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (BA), considerou “gravíssimas” as revelações feitas por Pessoa. “Envolvem diretamente o PT, ministros deste governo e a campanha da Dilma com dinheiro sujo do petrolão. Tudo isso acrescido dos problemas no TCU impulsionam o processo de impeachment da presidente”, avaliou, ao lembrar que o governo tem até o inicio da segunda quinzena de julho para explicar irregularidades encontradas nas contas de 2014. Caso contrário, o tribunal poderá aprovar uma inédita reprovação de contas, complicando ainda mais a situação da presidente.

É preciso mudar –  O deputado Marcus Pestana (MG) avalia que o Brasil mergulhou em uma das mais profundas crises de sua história. “E isso parece não ter limite. A cada delação premiada, a cada revelação, vemos que o PT de Dilma e Lula mergulharam o Brasil numa crise ética, um péssimo exemplo para as próximas gerações. Com isso, ela perde, cada vez mais, as condições de governar o país. Ninguém mais a apoia, nem a população e nem os próprios ‘aliados’”, diz o tucano.

Pestana acredita que a delação de Ricardo Pessoa causa um desgaste ainda maior para a presidente, que já enfrenta uma “situação muito delicada”. “Não é possível carregar nesse ritmo mais três anos e meio de governo. A história terá que mostrar um caminho para darmos um passo a diante na solução do impasse instalado. Certamente, a presidente, pela avaliação popular que tem, pela perda do controle do Congresso, pela falta de iniciativa e liderança e pelo vácuo que tem deixado, perdeu a confiança e a credibilidade. É preciso mudança”, alerta.

No mesmo sentido, o deputado Marco Tebaldi (SC) afirma que Dilma está num beco sem saída, e a renúncia ou o impeachment aparecem no horizonte. O tucano lembra que as revelações surgem num momento em que até mesmo o ex-presidente Lula tem se distanciado de Dilma e o próprio PT vive uma crise interna. O parlamentar acredita que as investigações ainda chegarão, com mais força, ao grande responsável por toda corrupção instalada no cerne do governo.  

O deputado Izalci (DF) afirma que Lula faria um grande serviço ao Brasil se sugerisse a Dilma a renúncia. “O Brasil não consegue sustentar, em termos de investimento, de economia, se não tiver credibilidade. E a presidente não tem mais credibilidade para governar este país”, disse o tucano da tribuna. “Nunca se roubou tanto na história do país como nos governos Lula e Dilma”, completou. 

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola Áudio: Hélio Ricardo)

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29 junho, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Crise política”

  1. ALBERTO disse:

    A DIFERENÇA DA DEMAIS DOAÇÕES É CLARA… NESTE CASO DO PT , DA DILMA E DO LULA E CONFESSOU QUE FORA AS DOAÇÕES LEGAIS E PAGOU PROPINA AO PARTIDOS PARA AJUDAR NA CAMPANHA DOS PETISTAS !!!!

    CONTRA FATOS NÃO EXISTEM ARGUMENTOS !!!!

    PORTANTO É PRECISO DIVULGAR NA MÍDIA !!!!

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