Balanço
Nas votações do “pacote de maldades”, deputados alertaram para perversidade do ajuste fiscal
A Câmara dos Deputados concluiu na última semana a votação das propostas de “ajuste fiscal” propostas pelo governo Dilma. O “pacote de maldades” do PT foi aprovado sob duras críticas de tucanos, que denunciaram a traição dos petistas aos interesses dos trabalhadores e o aumento de tributos para as empresas, provocando mais desemprego. Para deputados do PSDB, o Planalto está cobrando da população a conta dos seus erros.
Integram o ajuste as medidas provisórias 664/14, que muda os critérios para o acesso à pensão por morte e auxílio-doença; e a 665/15, que dificulta o acesso a direitos como o seguro-desemprego; além do PL 863/15, que reonera a folha de pagamento de mais de 50 setores da economia.
Petistas construíram crise – Para o deputado Nelson Marchezan Junior (RS), essas propostas tiram, justamente no momento em os índices de desemprego estão em elevação , as garantias histórica dos trabalhadores, além de elevar a carga de impostos dos setores que mais empregam no Brasil. “Os remédios que o governo propõe não são para a economia brasileira, para a situação financeira e fiscal do país. Representam, na verdade, um remédio para salvar a Dilma de uma situação que ela e o Lula se colocaram”, criticou.
Para o tucano, incompetência, demagogia e corrupção sugaram bilhões de reais que o governo tenta recuperar por meio do arrocho. De acordo com o parlamentar, o governo não deviria penalizar a população, mas dar o exemplo “cortando” na própria carne, reduzindo o número de ministérios e funcionários apadrinhados. Marchezan alertou para o cenário de recessão que atinge o país, com inflação e juros em alta. Segundo ele, o cenário tende a piorar, até porque as alternativas impostas pelo governo Dilma são as piores.
De acordo com o deputado Paulo Abi-Ackel (MG), a pauta do governo é negativa e coloca em questão temas prejudiciais ao país, como o arrocho e as restrições a direitos conquistados pelos trabalhadores antes da chegada dos petistas ao poder. “Em razão da péssima gestão de Lula e Dilma, agora o governo se vê na obrigação de fazer uma série de medidas restritivas”, lamentou. O tucano mineiro afirmou que se o PSDB estivesse à frente do governo, os ajustes teriam ocorridos de outra forma, começando pela redução do excessivo número de ministérios.
Protestos – As votações das três propostas do ajuste fiscal foram marcadas por protestos em Plenário. Uma chuva de “petrodólares” tomou conta do plenário durante votação da MP que reduz direitos trabalhistas. As notas estavam ilustradas com as imagens de Lula, Dilma e Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Na da MP 664, o PSDB levou uma faixa ao Plenário na qual denunciava a traição dos mais humildes pelo partido de Dilma. E na semana passada, outra faixa alertava para a equação perversa trazida pelo PL 863 – mais impostos e mais desemprego à vista.
Frases
“Não mexo em diretos trabalhistas nem que a vaca tussa.”
Dilma Rousseff, em 17/09/14. A promessa caiu por terra por primeiros meses de seu segundo mandato.
“O PT mostra sua face cruel e perversa ao apresentar uma MP restringindo o direito à pensão. Algum brasileiro escolhe o momento da morte? Alguma viúva escolhe a hora de perder o marido? É inacreditável a perversidade do governo.”
Deputado Carlos Sampaio (SP), em 13/5, na apreciação da MP 664/15.
“Não é hora para o Brasil onerar ainda mais aqueles que produzem e empregam, prejudicando o crescimento nacional.”
Deputado Daniel Coelho (PE), em 25/6, durante a votação do PL 863/15
“Quem trouxe essa maldade para a vida de vocês foi a Presidente da República. Quem está retirando direito dos trabalhadores é ela.”
Deputado Arthur Virgílio Bisneto (AM), em 6/5, durante a votação da 665/14. Na ocasião, dezenas de sindicalistas acompanhavam a sessão das galerias.
(Reportagem: Thábata Manhiça/ Áudio: Hélio Ricardo)
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