Pouco empenho


Baixo investimento por parte do governo Dilma ajudou a afundar a economia, avaliam deputados

IMG_20150619_112500Uma constatação apresentada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) provocou insatisfação aos deputados do PSDB: os investimentos corresponderam a apenas 14% do conjunto de despesas do governo federal em 2014. O número é ainda menor quando excluídas as empresas públicas – despenca para 5%. Os dados foram apresentados pelo ministro Augusto Nardes durante a sessão de quarta-feira (17), quando a corte de fiscalização decidiu dar um mês de prazo para Dilma explicar uma série de irregularidades detectadas na contabilidade oficial do ano passado.

Os deputados Pedro Cunha Lima (PB) e João Paulo Papa (SP) avaliam que os reflexos do tão baixo investimento no Brasil são percebidos por todas as partes. De acordo com eles, uma nação não tem condições de proporcionar desenvolvimento ao seu povo se não tiver um governo que faça os investimentos necessários. No entanto, a gestão do PT faz pouco caso, mantendo uma gigantesca máquina governamental, com 38 ministérios e milhares de apadrinhados espalhados nos cargos de comissão. 

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Para Cunha Lima, a preocupação do governo petista é apenas de se manter no poder, e por isso despreza os investimentos que proporcionariam crescimento e desenvolvimento. “Não tem nenhum projeto de país, não tem esse cuidado de se preocupar com o futuro. Nesse afã de se perpetuar no poder, não conseguem investir no Brasil para investir em um partido”, criticou.

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Dados apresentados pelo ministro Augusto Nardes detalham como o governo Dilma gastou no ano passado.

Em seu relatório, o ministro do TCU demonstrou que, em 2014, foram R$ 151 bilhões em investimentos, sendo que só a Petrobras respondeu por R$ 81 bi. Com a crise na principal estatal do país, este número deve despencar este ano. “Fica claro que o governo federal investe muito pouco e, se não fossem as estatais, não teríamos sequer o investimentos que temos hoje”, alertou Nardes. O ministro ainda chamou atenção para o fato de metade dos investimentos da petroleira ocorrerem  sem transparência, via carta-convite, com dispensa de licitação.

Recursos não usados – Outro importante alerta feito foi quanto ao grande volume de restos a pagar em vários setores nas contas do ano passado. Ou seja, recursos previstos no Orçamento para um ano específico vão sendo “empurrados” para frente. Na área da segurança pública, por exemplo, o percentual ultrapassa 84%. Em Saúde e Educação 72% e 73%, respectivamente. Os números apontam, ainda, um crescimento significativo dos restos a pagar (processados e não processados) ao longo do tempo, que saltaram de R$ 129 bi em 2010 para R$ 227 bilhões em 2014. Há recursos acumulados e não pagos desde 2002, alertou Nardes.

Segundo Pedro Cunha Lima, essa é a demonstração perfeita de que o governo não tem planejamento e capacidade de gestão. “Uma ineficiência que não só é fruto de um desvio de propósito, como também de um desvio de preocupação, de conceito de país. O atual governo não conseguiu demonstrar que é capaz de tocar o Brasil”, apontou. Para ele, a gestão petista apenas ludibriou a sociedade ao longo dos anos anunciados obras e investimentos que nunca aconteceram, mantendo a infraestrutura do país engessada. “A população já percebeu e por isso está aí a falta de credibilidade e de confiança no governo”, disse.

“Esse baixo nível de investimento e as despesas elevadas com custeio estão resultando nas altas dificuldade econômicas que o país está vivendo hoje. São talvez o principal fator de estagnação da economia brasileira”, avalia Papa. O tucano do PSDB paulista explica que a trágica situação econômica atual é resultado de uma desastrosa política econômica, que desvalorizou investimentos e priorizou interesses alheios ao povo. “Essa política desastrosa trouxe para este momento uma quantidade imensa de problemas estruturais que vão penalizar grandemente a população brasileira. Já vemos a recessão chegando, o desemprego aumentando e a inflação subindo. Perderam a mão com a economia nos últimos anos e agravaram isso no ano eleitoral”, destacou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola  / Áudio: Hélio Ricardo)

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19 junho, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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