Investigação prossegue


CPI convoca presidente do Instituto Lula e aprova acareações que incomodam o PT

Deputado tucano Antonio Imbassahy comandou parte da reunião. Tucano é um dos que pediram convocação do presidente do Instituto Lula.

Deputado Antonio Imbassahy comandou parte da reunião. Tucano é um dos que pediram convocação do presidente do Instituto Lula.

Às vésperas do 5º congresso do PT, que acontece nesse final de semana em Salvador, a CPI da Petrobras aprovou requerimentos que causam temor no partido. Além de diversas acareações e transferências de sigilo, o colegiado acatou o pedido de convocação de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, para que ele explique doações milionárias feitas por empreiteira investigada na Operação Lava Jato à instituição do líder petista. 

Tucanos querem esclarecer pagamentos milionários de empreiteira envolvendo Lula

Confira os requerimentos aprovados

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Diversos petistas e ex-diretores indicados pelo Partido dos Trabalhadores  envolvidos no  esquema de corrupção na estatal foram convocados ou tiveram suas quebras de sigilo aprovadas. O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), rechaçou a tentativa de parlamentares petistas de impedir a apreciação dos pedidos.

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“Chega a ser hilária a postura do PT tentando impedir uma apuração desse porte. Está em jogo a investigação daqueles que levaram a Petrobras à bancarrota. O partido da presidente da República e do ex-presidente Lula tentar impedir essa votação por causa de seu congresso é um vergonha nacional”, condenou Sampaio.

Durante mais de uma hora, a bancada do PT na CPI tentou impedir a apreciação dos requerimentos. Entre os itens da pauta que acabaram aprovados, mesmo diante da choradeira petista, estão a quebra de sigilo do ex-ministro José Dirceu, a acareação entre Pedro Barusco e Renato Duque (ex-diretores da estatal indicados pelo partido) e entre Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Sem sucesso na tentativa de impedir a votação, o deputado Afonso Florence (PT) iniciou uma discussão que foi silenciada pelo líder tucano: “Eu vou dizer o nome dos bandidos do PT em alto e bom som e quero silêncio. Amanhã no Congresso deles vai estar estampado na manchete dos jornais que os bandidos do partido, que inclusive estão presos, tiveram seus sigilos quebrados e acareações aprovadas por essa CPI”, disse.

PT tentou tumultuar os trabalhos da CPI desde o começo da reunião. No entanto, estratégia de obstrução naufragou.

PT tentou tumultuar os trabalhos da CPI desde o começo da reunião. No entanto, estratégia naufragou.

Lula na mira – O presidente do Instituto Lula terá que esclarecer as doações no valor de R$ 3 milhões à entidade feitas de 2011 a 2013 pela Camargo Corrêa, empresa investigada pela Polícia Federal. Okamotto também terá que explicar o repasse de R$ 1,5 milhão realizado pela empreiteira  para a empresa de palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a L.I.L.S. Palestras Eventos e Publicidade.

Um dos autores da convocação, o deputado Antonio Imbassahy (BA) afirmou que o PT deveria, assim como a sociedade brasileira, estar interessado nos esclarecimentos. “Será bom para todos que se esclareça isso. Ele tem que vir e o próprio Lula deveria ter interesse nisso”, avaliou. Vice-presidente do colegiado, o tucano foi responsável pela condução de parte da votação e garantiu que os 140 requerimentos aprovados nesta quinta-feira  são “de extrema importância para dar curso à investigação”.

Figurões petistas na cadeia – Segundo Carlos Sampaio, o desespero petista durante a reunião se deu em virtude da gravidade das acusações que pesam sobre integrantes do PT e que já se aproximam do ex-presidente Lula. “Mas o Brasil quer saber a verdade. O país não suporta mais a hipocrisia desse partido que diz defender os trabalhadores, mas usa o dinheiro do povo para seus interesses e para eleger uma presidente com recursos que são fruto da corrupção na Petrobras”, alertou.

Enquanto usava seu tempo de líder para defender a postura do PSDB em prol das investigações, Sampaio chegou a ser interrompido por ataques de Florence, mas reagiu: “É só falar o nome dos criminosos do PT que estão presos que o Florence fica indignado. Mas vou fazer o que se são bandidos mesmo e estão presos? É tesoureiro, ministros, deputados, todos do PT e todos presos. É o mínimo que a sociedade espera. Se estão presos, azar deles”, disse.

O tucano rebateu ainda as declarações de Florence de que a oposição tenta denegrir a imagem de seu partido. “Isso não existe. Foi o PT que se desgastou roubando. Estou dizendo a verdade, pois os bandidos do PT estão presos e eles não querem que sejam investigados. Eles próprios se deterioraram usando a ação política para isso”, afirmou. “Agora eu imagino a vergonha para eles, afinal, vão para um congresso esvaziado, já que os grandes nomes da sigla estão presos”, completou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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11 junho, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Investigação prossegue”

  1. No Congresso do PT – que será realizado amanhã, dia 13 de junho, na Bahia, só resta aos líderes do partido, que ainda não foram presos, fazer um “mea culpa”, e reconhecer – publicamente – que a cúpula do PT se desviou de sua linha ideológica de “defensor dos trabalhadores” e ingressou na linha de interesses pessoais de enriquecimento ilícito de seus principais líderes e no alinhamento inconsequente com o “falido”, desacreditado e agonizante bloco de países liderados por alienados comunistas… As lideranças do partido não podem continuar insistindo na defesa de Lula, José Dirceu, João Vaccari Neto e demais integrantes do PT envolvidos em corrupção, condenados e/ou presos por desvio de dinheiro público… Se o partido pretende sobreviver, com o mínimo de credibilidade, deve expulsar todos os envolvidos em “falcatruas” – sem exceção – inclusive o ex-presidente Lula, se for o caso, porque ninguém pode estar acima do partido.

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