Lula e o embuste de um jogo duplo, por Luiz Carlos Hauly


O ex-presidente Lula não está nem aí com o Brasil e seu drama provocado por sua criatura, Dilma Rousseff, que desestruturou os pilares da economia e lançou o país numa grave e profunda recessão.

Lula só pensa naquilo: ELE! E ele, que não consegue viver sem desfrutar do poder, quer se descolar da criatura e posar de bacana, de bonzinho, de salvador da pátria, coisa que não é jamais foi e jamais será, dado o seu passado, que o condena irreversivelmente. Se a economia cresceu em seu governo foi por causa da solidez do Plano Real, que herdou dos antecessores Itamar Franco e Fernando Henrique, e pelo ambiente externo favorável, que elevou às nuvens os preços de nossas commodities e as consumiu avidamente.

À criatura Dilma não restou alternativa senão apelar à ortodoxia para tapar o rombo que ela própria cavou por meio de sua “nova matriz econômica”. E essa ortodoxia impõe o corte severo dos direitos dos trabalhadores pelas despesas de custeio, o duro ajuste fiscal, o tarifaço, o aumento dos juros a que fomos e estamos sendo submetidos desde sua imerecida reeleição. A ortodoxia impõe também o corte nas despesas de custeio, e assim esse governo procederia se fosse exercido por gente séria e comprometida com o país e não exclusivamente com seu projeto de poder.

Lula convocou as centrais sindicais pelegas para protestarem nas ruas contra o ajuste – e elas o obedeceram -, atiça deputados e senadores petistas contra ele – e eles o obedecem – e não se avexa de externar sua oposição a essas medidas nos convescotes de que tem participado com sindicalistas e militantes do PT. É dele a inspiração do documento divulgado pelo PT no final de semana, e que pautará o Congresso Nacional previsto para o mês que vem ostensivamente contrário às medidas econômicas adotadas por Dilma.

Lembram-se do que ele e seus comparsas diziam quando lançaram Dilma candidata à sua sucessão? “Dilma na presidência é Lula no poder!”.

Lula impôs ao Brasil uma fraude chamada Dilma Rousseff, apresentando-a como extremamente competente. Dilma comprovou ser tão inapta como presidente quanto proprietária de uma loja de R$ 1,99, que conseguiu falir em sua única incursão na iniciativa privada.

A postura ambígua de Lula não é circunstancial – é mais um traço de seu caráter ou da falta dele. O criador quer se afastar da criatura não porque considera que as medidas de ajuste prejudiquem o Brasil e sim porque elas chamuscam o que resta da imagem de Dilma e também a sua, que se desfigura dia após dia. E o que é Lula a não ser imagem, da qual depende sua sobrevivência política?

O jogo duplo de Lula é óbvio e ululante: ele quer se dissociar agora de Dilma para, na eventualidade de seu programa de ajuste não der o resultado esperado, posar em 2018 como o profeta que previu o fracasso. E, assim, apresentar-se – tendo o êxito econômico de seu governo como credencial – como o único capaz de consertar as coisas. Se o ajuste der certo, esquecerá o que disse para posar ao lado de Dilma, chama-la de sua, vangloriar-se de seu êxito e apresentar-se como o único capaz de continuar as coisas… Afinal, como ele mesmo admitiu, “sou uma metamorfose ambulante”.

Lula se esquece de um detalhe, e este detalhe é vital para seu projeto de poder: o Brasil amadureceu e já consegue enxergar atrás da máscara os embusteiros que ele e seu partido sempre foram.

(*) Luiz Carlos Hauly  é deputado federal (PSDB-PR). (Foto: Alexssandro Loyola)

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28 maio, 2015 Artigosblog Sem commentários »

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