Arrocho pontual


Tucanos questionam presidente do Banco Central sobre pedaladas e ajuste fiscal

Deputados do PSDB questionaram o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre a omissão do órgão em relação às “pedaladas” fiscais do governo Dilma. Em audiência pública nesta terça-feira (26), Tombini afirmou que, desde 2013, o BC sabia que recursos da Caixa Econômica Alex Ferreira Câmara dos DeputadosFederal estavam sendo utilizados para pagar benefícios sociais, como o Bolsa Família e o seguro-desemprego, que são de responsabilidade da União.

Esse procedimento da Caixa, revelado em abril após auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), foi alvo das perguntas de tucanos. “É muito estranho o BC não ter tomado nenhuma providência sobre as pedaladas”, reprovou Izalci (DF).

Para o deputado Nelson Marchezan Júnior (RS), as operações foram ilegais. “Eu não entendo, em nenhuma doutrina no mundo, que isso não é um empréstimo ilegal, um financiamento de governo de forma vedada pela lei”, disse. Marchezan, Vanderlei Macris (SP) e Delegado Waldir (GO) foram autores de requerimentos pedindo informações ao presidente do BC sobre as pedaladas.

A crise econômica enfrentada pelos brasileiros também entrou na pauta do debate. Macris questionou Tombini sobre suas três principais preocupações. “Inflação, inflação e estabilidade do sistema financeiro”, respondeu o presidente, ressaltando a alta descontrolada dos preços. “O governo, ao longo dos últimos anos, mostrou a tragédia da má gestão, basta ver a situação que vivemos hoje”, reprovou o tucano.

O mundo se recuperou e o Brasil continua patinando, destacou Luiz Carlos Hauly (PR). Na opinião dele, um ajuste pontual não vai resolver os problemas: o país precisa de uma reforma estrutural. “Não há mais possibilidade de continuar de remendo em remendo”, afirmou. “Por que aumentar a taxa Selic e qual será o impacto disso no mercado de cartões, nos juros do comércio?”, alertou o deputado Alfredo Kaefer (PR).

Nomeação de aprovados
A deputada Geovânia de Sá (SC) questionou Tombini sobre a expectativa de contratação de candidatos aprovados em concurso para o BC. Na última semana, foi realizada audiência pública a pedido da tucana para discutir a demora na nomeação e a defasagem do órgão, que é de 40% do quadro de pessoal. Só em 2015, 700 funcionários devem se aposentar.

Segundo a parlamentar, apenas 350 dos 1.035 candidatos capacitados para começar a trabalhar foram chamados. Ela acrescenta que já foi enviada ao Ministério do Planejamento a solicitação para a nomeação de 458 pessoas. “Queremos saber qual é a expectativa de ser atendido esse quantitativo”, completou a tucana.

(Da Redação com informações da Agência Câmara/ Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)

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26 maio, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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