O triunfo moral de FHC sobre Lula, por Luiz Carlos Hauly
O ex-presidente Lula da Silva foi, em 6 de maio, a estrela do programa partidário do PT na televisão e, mais uma vez, atribuiu a origem de todos os pecados e males que assolam o país ao governo de Fernando Henrique Cardoso. Sua aparição foi recebida com o maior panelaço – de norte a sul, leste a oeste deste Brasil varonil – desde o início da onda de protestos contra o governo Dilma Rousseff.
FHC foi o protagonista do programa partidário que o PSDB levou ao ar na terça-feira, 20. Ele criticou duramente a política de ajuste fiscal de Dilma – consequência dos erros que ela própria cometeu – e atribuiu, com propriedade, a paternidade da corrupção que assola este país ao governo petista. Recorreu até ao desgastado bordão de Lula para tascar, e também com propriedade: “Nunca antes na história deste país se roubou tanto em nome de uma causa”. Foi elegante, porque poderia acrescentar “e de interesses pessoais”.
“A oposição a favor do Brasil” foi o mote do programa tucano, que resume, em poucas palavras, nossa triste realidade: somente voltaremos ao trilho do desenvolvimento, da estabilidade fiscal e da ética na vida pública quando nos livrarmos destes que hoje, para o mal geral da Nação, exercem seu comando. O prazo de validade deles venceu, e há muito tempo.
Não houve rojões, nem carreatas de apoio, nem hasteamentos de bandeira para saudar a fala de FHC e dos tucanos – mas ela foi recebida com respeito. Nenhuma panela soou.
Ao PT só restou promover um “tuitaço” nas redes sociais. E nada poderia ser mais simbólico do que isso: o partido descolou-se do mundo real para chafurdar-se no virtual, onde suas fantasias de grandeza, realizações e pureza ética mantêm-se vivas… apesar de todos os fatos em contrário!
Doze anos e quatro meses no governo; doze anos e quatro meses demonizando a obra de FHC e… é o PT que está descreditado, é o PT que é rejeitado e vaiado, é o seu líder máximo, apresentado nesse período como o maior, mais puro e mais patriota de todos os brasileiros, que é recebido com panelaço. E a cada vez mais atabalhoada presidente Dilma sequer pode aparecer na tevê, pois arrisca-se a provocar protestos generalizados, e se limita cada vez mais a solenidades fechadas para não desencadear a ira popular.
Lula e o PT venceram quatro eleições sobre os tucanos – mas foram estes que na noite de 20 de maio se impuseram à Nação. Que compreendeu, com seu silêncio reverencioso, que foi ludibriada por um partido que pensa e age como organização criminosa.
(*) Luiz Carlos Hauly é deputado federal (PSDB-PR). (foto: Alexssandro Loyola)
O INDIFERENTISMO PELA POLÍTICA
De um modo geral, pode-se afirmar que, quando a desilusão se transforma em descrença, entra o ser humano numa fase de apatia e desânimo, tornando-o cético, até mesmo frente aos termos de maior envergadura.
Em represália anterior, o desdém e o deboche pelos que pretendem, uma vez mais, enganar o cidadão, conduzem-no, invariavelmente, ao triste ponto do indiferentismo.
Como não existe cessão graciosa, uma permuta se faz necessária assim, troca-se o antigo interesse austero pelos prazeres mundanos, com suas diversas formas de diversão.
Os governos corruptos e fisiológicos que sufocam os ideais de cultura e entusiasmos pelos interesses da pátria, são os responsáveis pela condução do povo ao indiferentismo pelo poder e pela forma de governo.
Triste, porém, o povo que se desinteressa pelo seu futuro, indiferente quanto à forma de governo que vai regenciar.
Se erros foram acumulados, faz-se hora de repará-los. Aliás, nunca é tarde para tal.
De posse dos conceitos sócio-políticos emitidos, pode-se buscar a luz que livrará a nação brasileira das trevas a que ela foi conduzida a pouco mais de cem anos, em cujo apanágio, afloram os vícios, os interesse escusos, a corrupção, a mentira, a demagogia, além de uma gama incontável de erros e falcatruas.
Por: Francisco Silvino Teixeira das Flores
Autor: Rogério da Silva Tjander (DO LIVRO O QUE É MONARQUIA)